DAE anuncia plano de ações imediatas de R$ 30 mi para água e esgoto em Americana

• Por Paulo Medina

  7 de novembro de 2025, às 07h 38

Medida ocorre em resposta à crise hídrica e visando modernização do abastecimento e tratamento de esgoto da cidade, como construção da ETA modular e combate a perdas com busca ativa de vazamentos

O Departamento de Água e Esgoto de Americana (DAE) anunciou nesta quinta-feira (6) um plano imediato de ações para água e esgoto de R$ 30 milhões e lançou o programa “DAE em Ação pela Água – Tecnologia e eficiência no saneamento de Americana”. 

A meta é enfrentar a crise hídrica que afeta o município. O pacote de investimentos será executado ao longo de 2025 e 2026, com foco em ampliar a capacidade de produção da Estação de Tratamento de Água (ETA), reduzir perdas na distribuição e qualificar a infraestrutura do tratamento de esgoto. 

Após questionamento do Tribuna Liberal, o superintendente do DAE, Fábio Renato de Oliveira, informou que o início dos trabalhos será marcado pela construção de uma ETA modular, medida que permitirá ampliar a capacidade produtiva em curto prazo. 

Segundo ele, a estiagem recente intensificou problemas de qualidade da água captada no Rio Piracicaba, exigindo reforço tecnológico e planejamento contínuo. “É uma oportunidade de entregar o melhor para a população”, pontuou.

Em coletiva de imprensa, o prefeito Chico Sardelli (PL) comentou os desafios da autarquia e frisou a necessidade de aumentar a eficiência no tratamento e combater perdas de água com tecnologia.

“Americana passa por um momento desafiador diante da crise hídrica, e este plano vai nos ajudar a responder de forma eficiente e estratégica. Água é prioridade, e a população pode contar com a responsabilidade da nossa gestão”, afirmou.

O vice-prefeito Odir Demarchi (PSD) definiu o pacote como “ousado”, porém viável. “Estamos falando de ações técnicas que vão refletir diretamente na vida de quem mora aqui. Esse é um compromisso que assumimos com seriedade e transparência”, declarou.

Responsável pela condução do planejamento, o superintendente do DAE, Fábio Renato de Oliveira, explicou que o novo programa integra engenharia, tecnologia e gestão. “O ‘DAE em Ação pela Água’ combina tecnologia, modernização e eficiência para ampliar a capacidade produtiva, reduzir perdas e qualificar o saneamento na cidade. Trabalhamos com metas claras e prazos definidos”, pontuou.

ETA MODULAR

Entre as primeiras ações está a construção de uma ETA modular, que permitirá o aumento rápido da produção de água tratada. A estação será acompanhada de melhorias nas unidades existentes, incluindo substituição de filtros, válvulas e componentes críticos usados na operação em períodos de estiagem, quando a qualidade da água do Rio Piracicaba sofre variações orgânicas.

O DAE ainda implantará a Operação Perda Mínima. O programa terá uma frente específica voltada à redução de perdas na rede: contratação de equipe especializada para identificação de vazamentos não visíveis com método não destrutivo; combate intensivo a vazamentos aparentes; e aumento de 30% nas equipes de reparo em campo, reduzindo o tempo de resposta.

O uso de telemetria será ampliado por meio da instalação de macromedidores de vazão nas saídas dos reservatórios. Os equipamentos ajudarão a detectar anormalidades e rupturas de rede com mais rapidez.

CONTROLE DE PRESSÃO

Para minimizar rompimentos recorrentes, o plano prevê a instalação de válvulas redutoras de pressão, reduzindo estresse nas tubulações e prolongando a vida útil dos equipamentos.

AUTARQUIA VAI AUMENTAR PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA E FAZER DISTRIBUIÇÃO MAIS HOMOGÊNEA

Os resultados esperados pelo DAE com as ações imediatas são o aumento da produção de água tratada; redução significativa das perdas por segundo de operação; e distribuição mais homogênea entre setores da cidade. O investimento direto em ações relacionadas à água é de R$ 24 milhões.

Obras reforçarão sistema da ETE Carioba e modernizarão a ETE Balsa

No tratamento de esgoto, o plano contempla a finalização do coletor da ETE Carioba, desafogando o sistema do Cariobinha; modernização da elevatória final da ETE Balsa, com substituição de equipamentos corrosivos localizados a nove metros de profundidade; reforma e ampliação dos laboratórios das ETEs, qualificando análises e monitoramento; e substituição de bombas em elevatórias do município.

Com isso, espera-se reduzir extravasamentos, melhorar a carga enviada às estações e acelerar diagnósticos laboratoriais. A prefeitura reforçará campanhas de uso racional da água durante períodos chuvosos e de estiagem. A administração pede o registro imediato de vazamentos pelos canais oficiais do DAE.

CONSULTORIAS

Fábio destacou que o diagnóstico foi desenvolvido com consultorias técnicas especializadas, aproximando engenharia de campo e gestão tecnológica. “Estamos intensificando as ações para produzir mais, distribuir melhor e perder menos água”, afirmou.

Americana depende exclusivamente da captação de água bruta do Rio Piracicaba. A estiagem reduz a qualidade da água e aumenta o esforço de tratamento. Mudanças climáticas ampliam vulnerabilidades. Técnicos do DAE atuarão diretamente nas frentes de trabalho, monitorando avanços e identificando gargalos estruturais da rede subterrânea.

Com execução imediata, cronograma técnico e reforço operacional, o plano tem objetivo declarado de aumentar a eficiência do abastecimento, reduzir desperdícios, modernizar o saneamento e garantir segurança hídrica.

CHICO DIZ QUE A PREFEITURA NÃO RETIRA RECURSOS DO DAE PARA PAGAMENTOS EXTERNOS

Durante a coletiva, o prefeito Chico Sardelli afirmou que a prefeitura tem auxiliado financeiramente o Departamento de Água e Esgoto (DAE) para garantir a execução de ações imediatas e estruturantes no abastecimento municipal. Segundo ele, ao contrário de gestões anteriores, o Executivo não retira mais recursos do caixa da autarquia para utilização em outras finalidades, preservando integralmente o orçamento destinado ao serviço de saneamento.

Prefeito de Americana fez declarações de apoio à equipe do DAE em coletiva

A decisão de não realizar transferências financeiras inversas permite que o DAE tenha mais fôlego para investimentos em tecnologia, combate a perdas, ampliação da capacidade de tratamento e modernização de sistemas de esgoto.