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Detentos da Penitenciária III, de Hortolândia, vivem em condições precárias

Superlotação e racionamento de água são denunciados em Penitenciária de Hortolândia

Defensoria Pública do Estado aponta que fornecimento de água é frequentemente interrompido na Penitenciária III e que unidade opera com 1.120 presos, tendo capacidade para 700 pessoas

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Penitenciária III de Hortolândia está no centro de uma grave denúncia apresentada pela Defensoria Pública do Estado. Após uma inspeção, defensores públicos identificaram superlotação extrema, racionamento de água e condições precárias de atendimento médico e odontológico na unidade. A Defensoria aponta haver violações aos direitos humanos.

A unidade foi projetada para abrigar até 700 detentos, mas atualmente opera com aproximadamente 1.120 presos, representando uma taxa de ocupação de 160%. Em algumas celas, projetadas para seis pessoas, há até 14 indivíduos, impondo uma ocupação de 233%. Tal situação vai contra a resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que estabelece o limite de 137,5% de ocupação.

“O estabelecimento foi inaugurado em 1988 e possui uma arquitetura antiga com dois grandes pavilhões de dois andares. A unidade prisional está superlotada, como a esmagadora maioria das unidades paulistas. A unidade estava abrigando, segundo informações da direção, cerca de 1.120 presos no regime fechado na data da visita, apesar de ter capacidade para 700”, afirmam defensores públicos no relatório de vistoria.

Durante a visita ocorrida em maio de 2024, foi relatado que o fornecimento de água é frequentemente interrompido, dificultando a manutenção de condições básicas de higiene. A falta de acesso contínuo à água compromete a saúde dos detentos, desrespeitando diretrizes internacionais, de acordo com a Defensoria.