Economia
Valmir Caldana (vice-diretor) e José Henrique Toledo Corrêa (diretor), Ciesp-Campinas

58% dos empresários da região avaliam que a economia deve piorar em 2026

Pesquisa da Regional Campinas do Ciesp revela pessimismo com cenário nacional e cautela nos investimentos; indústria projeta queda no faturamento e empresários acreditam mais nos próprios negócios do que no ambiente macroeconômico

A Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) divulgou nesta semana a Sondagem Industrial de encerramento do ano, revelando que 58% das empresas associadas acreditam que a economia brasileira vai piorar em 2026. Outros 17% projetam estabilidade e 25% não souberam avaliar — nenhuma empresa espera melhora no cenário macroeconômico.

O pessimismo geral, porém, contrasta com uma visão mais positiva sobre os próprios negócios: 9% das indústrias esperam crescimento interno e 25% acreditam que ficarão no mesmo patamar. Para 33% haverá piora e outros 33% não têm avaliação.

Segundo o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, isso mostra que o empresariado confia mais em sua capacidade de gestão do que no ambiente econômico nacional.

“Em relação a macroeconomia temos a expectativa de desatar todo esse imbróglio econômico e político, que impede que a indústria deslanche. A gente sente que a garra do empresário da nossa região faz com que ele acredite mais no seu negócio. No entanto, é preciso que problemas se resolvam para que a indústria tenha o crescimento que sabemos que ela pode ter”, acrescentou José Henrique.

Nos indicadores operacionais, 50% das empresas registraram estabilidade na produção em outubro, 75% mantiveram o mesmo número de funcionários e 84% operaram com capacidade instalada acima de 70%. O faturamento, porém, caiu para 33% das indústrias. Em relação a investimentos, 42% não devem ampliar capacidade produtiva no próximo ano.

A Balança Comercial Regional também acendeu alertas. As exportações cresceram 9,18% em outubro, somando US$ 354,9 milhões, mas as importações aumentaram 6,58%, alcançando US$ 1,288 bilhão. O déficit do mês foi de US$ 933,7 milhões e já supera em 23% o acumulado de 2024. A corrente de comércio regional atingiu US$ 1,643 bilhão no mês.

Campinas, Paulínia e Sumaré lideram as exportações e também figuram entre os maiores importadores da região. Os Estados Unidos continuam como principal destino das vendas externas, enquanto a China segue dominante nas importações.

O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 97.954 colaboradores.

 

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