Ex-secretário de Educação de Hortolândia, Fernando Moraes, diz que passou ‘31 longos e difíceis dias’
Ex-gestor da pasta da Educação se manifestou pela primeira vez pelas redes sociais após passar por prisão preventiva no contexto da Operação Coffee Break, realizada pela Polícia Federal; Moraes afirmou ter vivido forte impacto emocional
O ex-secretário de Educação de Hortolândia, Fernando Gomes
de Moraes, usou as redes sociais para se pronunciar pela primeira vez após ser
alvo de prisão preventiva, no âmbito da Operação Coffee Break, deflagrada pela
Polícia Federal em novembro. Moraes relatou ter enfrentado “31 longos dias
difíceis”.
No vídeo, Moraes afirmou que prefere não entrar em detalhes
sobre o que viveu. Segundo ele, a experiência teve forte impacto emocional e
psicológico. “Não vou chorar, porque já houve lágrimas nesses 30 e poucos
últimos dias”, declarou, acrescentando que sempre “confiou em Deus” para
atravessar o momento.
O ex-secretário disse ainda que aqueles que o conhecem não
precisam de justificativas, enquanto, para os críticos, nada mudaria. Ele
agradeceu as “milhares de mensagens de apoio” recebidas e afirmou que pretende
retomar sua atuação nas redes sociais por meio da escrita, atividade que disse
ter sentido falta.
“Fiquei ausente aqui, e o motivo agora prefiro não falar,
pois isso me impactou profundamente, em especial a minha mente e condição
psicológica, mas sempre confiei muito em Deus, que sempre cuidou de mim (...)
Para aqueles que me conhecem, não preciso me justificar; e para os inimigos,
nada muda na percepção (...) Foram 31 dias longos e difíceis, mas vou continuar
escrevendo e promovendo minha escrita. Gostaria de agradecer as milhares de
mensagens de apoio que recebi, pedindo de volta a minha literatura nas redes
sociais”, disse o ex-secretário.
Moraes foi um dos presos preventivamente após a deflagração
da Operação Coffee Break, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a
Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação apura um suposto esquema de
direcionamento de licitações e intermediação de pagamentos envolvendo contratos
da empresa Life Tecnologia Educacional com prefeituras da região, como
Hortolândia e Sumaré.
No dia 11 de dezembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª
Região (TRF-3) concedeu habeas corpus ao vice-prefeito de Hortolândia, Cafu
César, substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares. Segundo a
defesa, o entendimento do tribunal se estenderia a outros investigados da
operação.
Logo depois das prisões de Cafu e Moraes, a Prefeitura de
Hortolândia exonerou os integrantes do alto escalão. As investigações apontam
que os contratos firmados entre 2021 e 2024 podem ultrapassar R$ 99 milhões,
envolvendo também os municípios de Sumaré e Morungaba.

Deixe um comentário