Possível falta de chips e escassez hídrica são preocupações da indústria da RMC
Um dos principais setores da economia regional aponta
incertezas na cadeia global de semicondutores; falta de chuvas e queda em
reservatórios acendem alerta na região, já que água é insumo essencial para
diversos segmentos produtivos
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) - Regional Campinas, apresentou nesta terça-feira (28), pesquisa de Sondagem Industrial de outubro, realizada com as empresas associadas, abordando as expectativas para o cenário econômico.
A indústria da região apontou a
possibilidade de falta de chips e a escassez hídrica nos próximos meses como as
principais preocupações. Os empresários também esperam que até o final de
dezembro seja finalizado um acordo sobre o tarifaço imposto pelos Estados
Unidos ao Brasil.
O primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana,
afirmou que a indústria da região está preocupada com a falta de chips em razão
do recente embate entre Holanda e China. “Para se ter uma ideia de como é
preocupante essa questão, na montagem de um automóvel são necessários entre mil
e três mil chips, que controlam todos os sistemas eletrônicos do veículo”, explicou.
Outra questão preocupante para a indústria da Região
Metropolitana de Campinas (RMC), conforme Caldana, é uma possível escassez
hídrica, por conta da falta de chuvas e a queda nos volumes dos reservatórios
de água que abastecem a RMC. Para boa parte da indústria, a água é a principal
matéria-prima, especialmente nos segmentos como alimentação, bebidas, produtos
químicos e de limpeza.
Na Pesquisa de Sondagem Industrial, 67% das associadas
manifestaram em relação à possibilidade de escassez hídrica “muita preocupação”
e o restante – 33% das empresas, assinalaram “pouca preocupação”.
Na apresentação, o segundo vice-diretor do Ciesp-Campinas,
Stefan Rohr, acrescentou que essa questão de possível escassez é muito
preocupante para a atividade industrial, mesmo que atualmente boa parte do
setor já utilize água de reúso em suas atividades, mas outros necessitam dela
como matéria-prima.
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do
Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou que em relação à negociação de diminuição
do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, a expectativa é que se
tenha uma solução até o final do ano. “Entendemos que as reuniões técnicas que
podem ter início na próxima semana devem perdurar pelo menos por 90 dias”,
acrescentou.
Em relação aos indicadores da Sondagem, Caldana explicou que
eles apontam que a estabilidade deve continuar, como nos meses anteriores. O
diretor ressaltou como positivo o fato de 45% das associadas declararem que no
último trimestre do ano “não terão alteração” no faturamento. Já para 22%
delas, nesse período, haverá diminuição no faturamento e 11% apontam aumento de
faturamento.
O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas,
distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas
associadas é de R$ 53 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam
97.954 colaboradores.

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