Política
Prefeito de Hortolândia declarou que ‘a lei é para todos’ em meio à operação federal

Zezé Gomes defende que ‘Justiça cumpra seu papel’ na Operação Coffee Break

Prefeito de Hortolândia afirma ter sido surpreendido pelos fatos, mas diz encarar cenário com tranquilidade e confiança na legalidade dos atos da administração; Zezé opina que denúncias devem ser investigadas até a ‘verdade final’ do caso

A repercussão da Operação Coffee Break em Hortolândia segue provocando reações. Em meio às diligências da Polícia Federal e às medidas judiciais que atingiram o alto escalão do município, o prefeito Zezé Gomes (Republicanos) se manifestou publicamente, defendendo a continuidade das investigações e que a “Justiça cumpra seu papel”.

Zezé afirmou que, apesar da surpresa inicial, recebeu os fatos com serenidade e confiança no trabalho da administração municipal. “Os últimos acontecimentos nos pegaram de surpresa. Mas, ao mesmo tempo, encarei com tranquilidade. Nosso governo tem foco e planejamento. Projetamos a cidade para os próximos 30 anos. E, para isso, nos cercamos de uma equipe administrativa da melhor qualidade, que, focada no cuidado com as pessoas, desenvolve seu trabalho com respeito às leis, mantendo a lisura das compras e contratações”.

O prefeito disse que as denúncias envolvem suspeitas de cobrança de propina e destacou a importância de que o caso seja elucidado com total rigor técnico e jurídico.

“As denúncias ocorridas levam em conta supostas cobranças de propina. Esperamos que as investigações sejam feitas da melhor maneira possível a fim de se chegar à verdade, condenando ou absolvendo as pessoas envolvidas. A lei é para todos e, se houve desrespeito à lei, é preciso que a Justiça cumpra seu papel”.

A manifestação do prefeito ocorre em meio à prisão preventiva do vice-prefeito de Hortolândia, Carlos Augusto César (PSB), o Cafu César, alvo central da Operação Coffee Break. Preso desde 12 de novembro, ele foi transferido nesta semana para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, unidade que costuma receber detidos de ações da Polícia Federal.

A operação apura suposto esquema de direcionamento de licitações e intermediação de pagamentos em contratos firmados com a empresa Life Tecnologia Educacional. Segundo a investigação, lobistas teriam atuado como intermediários entre agentes públicos e a empresa, visando benefícios em processos administrativos. A defesa de Cafu tenta reverter a prisão por meio de Habeas Corpus, ainda pendente de julgamento.

A operação gerou efeitos imediatos na administração municipal. Em 17 de novembro, a Câmara Municipal aprovou o afastamento por tempo indeterminado de Cafu do cargo de vice-prefeito. Na prefeitura, uma série de exonerações foi oficializada em 14 de novembro após a atuação da PF, incluindo o próprio vice-prefeito, que acumulava a Secretaria de Governo; Rogério Mion, secretário de Habitação; Fernando Gomes de Moraes, secretário de Educação, Ciência e Tecnologia (preso preventivamente); e Carla Ariane Trindade, diretora de departamento.

A Polícia Federal recolheu documentos, computadores e processos administrativos em secretarias municipais. A Operação Coffee Break ocorre em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e mira supostas fraudes em contratos educacionais, com desdobramentos também em Sumaré.

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