Política
Beto avisa que ‘alguém vai pagar a conta’ e que casos serão levados ao MP e ao TCE

Vereador aponta prejuízos com série de denúncias de cassação em Monte Mor

Presidente da Câmara afirma que sucessivas representações têm gerado gastos extras, paralisado trabalhos legislativos e impactado andamento do município; parlamentares criticam ‘banalização’ de denúncias protocoladas toda semana

O presidente da Câmara de Monte Mor, Beto Carvalho (PP), disparou contra a sequência de representações pedindo cassação de mandato protocoladas no Legislativo nas últimas semanas. Segundo ele, além de tumultuar a rotina parlamentar, as sucessivas denúncias têm provocado gastos extras com convocações de suplentes e poderão gerar responsabilização futura dos autores, uma vez que os custos serão encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) e ao Ministério Público.

“Ao final deste ano, haverá um relatório que será mandado ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, com todos esses gastos (com convocações de suplentes), e alguém vai pagar por isso”, afirmou Beto.

Beto ressaltou ainda que o volume de representações em série já compromete o funcionamento da Câmara e afeta diretamente o município: “As denúncias em série estão atrapalhando a cidade”, declarou.

O vereador Bruno Leite (UNIÃO) também reagiu ao acúmulo de representações apresentado e classificou o momento como um dos mais desgastantes da atual legislatura.

Segundo ele, a Câmara vive “um período difícil”, marcado pelo surgimento de novas denúncias “semanalmente” apresentadas “aleatoriamente”. Para o parlamentar, o Legislativo tem sido obrigado a interromper sua rotina para analisar casos que já estariam superados judicialmente.

Bruno reconheceu que o recebimento de denúncias faz parte das atribuições parlamentares, mas reforçou que há um uso excessivo e distorcido do mecanismo. Segundo ele, existe hoje uma verdadeira “banalização” do instrumento.

Na sessão ordinária de segunda-feira (17), os vereadores rejeitaram, por 12 votos contrários e duas abstenções, o recebimento da Denúncia 7/2025, apresentada contra a vereadora Andrea Garcia (PSD). Com a decisão, a representação foi arquivada. Este foi o quinto pedido de cassação contra vereadores arquivado em Monte Mor em pouco mais de um mês.

A denúncia citava decisão do Tribunal de Justiça que teria apontado que Andrea “acumulou o cargo de vereadora e o cargo comissionado junto ao CRAS Centro”, em 2017 — fato que, segundo o autor, configuraria irregularidade. Durante o debate, porém, parlamentares reiteraram que a enxurrada de representações prejudica o Legislativo e não se sustenta na análise técnica.

Por estar diretamente envolvida, Andrea ficou impedida de votar, e a suplente Dani Lima (PSD) assumiu temporariamente a cadeira. Após o arquivamento da denúncia, Dani deixou o posto e Andrea reassumiu o mandato.

 


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