Política
Ação tramita no TRF-3 e ganhou repercussão após prisões; Marin ainda não foi localizado

Justiça coloca sob sigilo ação que investiga ex-secretário de Luiz Dalben após operação da PF em Sumaré

Processo que investiga escândalo que atinge ex-secretário de Educação José Aparecido Ribeiro Marin, apontado como articulador do esquema de direcionamento de licitação em troca de propina, está em segredo de justiça

A Justiça Federal decretou sigilo no processo que envolve o ex-secretário de Educação de Sumaré José Aparecido Ribeiro Marin, investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em um esquema de fraudes e pagamento de propina em contratos públicos da educação. A ação tramita no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e passou a ter acesso restrito após a deflagração da operação que atingiu prefeituras da região.

Marin, que comandou a pasta em Sumaré durante a gestão do ex-prefeito Luiz Dalben (PSD), é apontado pela PF como articulador local das irregularidades. Mesmo alvo de mandado de prisão preventiva, ele não foi localizado no último dia 12 de novembro.

De acordo com a investigação, Marin teria atuado para direcionar licitações e liberar pagamentos irregulares à empresa Life Tecnologia Educacional, que fornecia materiais para o município. O relatório da investigação afirma que o sobrepreço praticado chegava a 35 vezes o valor real de aquisição dos produtos, em contratos firmados entre 2020 e 2021 com prefeituras.

Além do ex-secretário, dois professores da rede municipal são citados por assinarem documentos que desclassificaram outras empresas concorrentes da Life. Um deles teria recebido R$ 24 mil e o outro, R$ 14 mil. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão. Uma servidora do Centro de Formação de Educadores Municipais também é investigada por supostamente ter recebido R$ 187 mil a partir de outubro de 2021.

Durante o cumprimento de mandados, agentes federais estiveram na sede da Prefeitura de Sumaré, onde apreenderam documentos, computadores, processos administrativos e mídias eletrônicas relacionados aos contratos da Life. As investigações se referem exclusivamente a atos da gestão de Luiz Dalben.

A administração atual afirmou que colabora integralmente com a Polícia Federal e reforçou que nenhum dos contratos investigados foi firmado pelo governo vigente.

O ex-prefeito Luiz Dalben já declarou que tomou conhecimento da operação “pela imprensa” e que não recebeu qualquer notificação oficial das autoridades. Ele reiterou que sua gestão sempre foi pautada pelos princípios da legalidade e moralidade. A reportagem tenta há dias contato com Marin, mas até o momento não obteve retorno.

HORTOLÂNDIA

A mesma operação resultou na prisão do vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César (PSB), e do secretário municipal de Educação, Fernando Moraes. Na cidade, documentos foram recolhidos nas secretarias de Educação e Governo. 

A Life também firmou contrato em Hortolândia. A Prefeitura de Hortolândia já afirmou ter sido “surpreendida” com a ação e disse ter colaborado integralmente com os agentes federais. A defesa de Cafu ainda tenta reverter a prisão preventiva.

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