Política
Lideranças regionais comentam prisão de Bolsonaro e maioria alfineta decisão de Alexandre de Moraes

Henrique, Danilo, Chico e Zezé reagem após prisão preventiva de Bolsonaro

Chefes do Executivo de Sumaré, Hortolândia, Paulínia e Americana se manifestaram depois da detenção com início no sábado (22), citando impacto político da medida, e defenderam respeito ao processo democrático; Bolsonaro segue preso

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou reações entre prefeitos da região, que se manifestaram sobre a polêmica envolvendo o ex-chefe do Executivo brasileiro. A Primeira Turma do tribunal, de forma unânime, confirmou a prisão após decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes no sábado (22).

O prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), afirmou que o Brasil viveu “um dia difícil, mas também de despertar”. Em sua declaração, destacou que a insatisfação popular ao longo dos anos contribuiu para a eleição de Bolsonaro e caracterizou a prisão como tentativa de silenciar uma liderança.

“Hoje, ao tentarem silenciar uma liderança, esquecem que foram justamente esses ataques que acordaram um gigante: o povo brasileiro. E um povo desperto não retrocede. (…) O Brasil está de pé. E 2026 será o reencontro do país com a verdade”, afirmou.

Em Paulínia, o prefeito e presidente municipal do PL, Danilo Barros, se solidarizou com o ex-presidente. Ele declarou que Bolsonaro foi condenado “sem cometer crime de corrupção ou desvio de recursos”. Danilo disse ainda que o país tem questões mais urgentes a tratar e defendeu que “as injustiças sejam reparadas para um Brasil forte e uma democracia verdadeira”.

O prefeito de Americana, Chico Sardelli (PL), enfatizou o impacto institucional da medida. “Sempre tive muito respeito pelas instituições e entendo que o uso delas em conflitos políticos não leva o Brasil a lugar algum. A prisão de um ex-presidente, sem condenação por corrupção, fragiliza a imagem do país”, afirmou. Ele acrescentou que o momento exige “seriedade, equilíbrio e senso de responsabilidade”, reforçando que decisões judiciais não devem se tornar combustível para disputas políticas.

A prisão preventiva de Bolsonaro foi confirmada pelos quatro ministros da Primeira Turma do STF — Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino — em sessão virtual extraordinária realizada nesta segunda-feira (24).

Moraes, relator do caso, determinou a detenção após o ex-presidente tentar violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, episódio confirmado por Bolsonaro durante audiência de custódia, onde alegou “paranoia” causada pelo uso de medicamentos.

A decisão cita também uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que seria realizada em frente ao condomínio no Jardim Botânico, em Brasília, onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Para o ministro, os atos tinham potencial de mobilizar apoiadores e interferir no andamento do processo.

Em setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão sob alegação de liderar uma organização criminosa envolvida nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2024.

ZEZÉ DEFENDE DECISÃO

O prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes (Republicanos), afirmou que as decisões da Suprema Corte devem ser respeitadas. “O Brasil é um país construído sobre a força das suas instituições. Decisões do Supremo Tribunal Federal devem ser respeitadas por todos nós, independentemente de posições políticas. Sempre defendi a democracia, o Estado de Direito e o respeito à Constituição — valores que precisam estar acima de qualquer disputa. Como prefeito, reforço meu compromisso de trabalhar para unir, fortalecer a nossa cidade e seguir pelo caminho da legalidade, da responsabilidade e do diálogo. A democracia só se sustenta quando há respeito às instituições e às decisões da Justiça”, comentou ao Tribuna Liberal.

MORAES DECIDE QUE BOLSONARO CONTINUARÁ PRESO NA POLÍCIA FEDERAL E DECLARA TRÂNSITO EM JULGADO DE PROCESSO DE GOLPE DE ESTADO 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) que o ex-presidente Jair Bolsonaro vai iniciar o cumprimento da pena de 27 anos e três meses na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.

Bolsonaro está em cela de 12 metros quadrados que foi reformada recentemente

Moraes ainda declarou nesta terça-feira o trânsito em julgado do processo envolvendo o ex-presidente. Com isso, não há mais como a defesa apresentar recursos contra a condenação, que se tornou definitiva. O ex-presidente está preso preventivamente desde a manhã de sábado (22) por determinação de Moraes.

Bolsonaro está em uma cela de cerca de 12 metros quadrados que foi reformada recentemente. O espaço tem paredes brancas, uma cama de solteiro, armários, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar-condicionado e uma janela, além de banheiro privativo.


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