Seis cidades somam oito feminicídios e concentram 33% dos casos na região
Paulínia, Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor figuram entre os municípios atingidos pela violência contra mulher em 2025; companheiros ou ex-companheiros são os principais autores de crimes bárbaros
Ao longo de 2025, as seis cidades da região — Paulínia,
Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor — concentraram oito
feminicídios, o equivalente a 33% de todos os casos registrados na macrorregião
de Campinas, que somou 24 mortes de mulheres.
Os dados revelam um cenário alarmante de violência de
gênero, marcada, na maioria das ocorrências, por crimes cometidos dentro do
ambiente doméstico e praticados por companheiros ou ex-companheiros das
vítimas.
Hortolândia aparece como o município com maior número de
registros entre as seis cidades da área de cobertura do Tribuna Liberal. No
município, foram quatro feminicídios ao longo do ano. Entre eles está o caso de
Vitória Rosa de Oliveira, de 23 anos, morta a pauladas dentro de casa pelo
companheiro, deixando dois filhos pequenos órfãos.
Também em Hortolândia, Thamiris Cristina Fumo, de 29 anos, morreu após ser baleada pelo marido e permanecer nove dias internada. O autor tirou a própria vida após o crime. Outro caso que chocou a cidade foi o de Nicolly Fernanda Pogere, de apenas 15 anos, encontrada esquartejada e abandonada em uma lagoa do Jardim Amanda.
Rayana Raissa Albuquerque, de 21 anos, é o caso mais
recente: ela foi morta com um tiro na cabeça dentro da residência e deixou um
bebê de dois meses.
Em Paulínia, o feminicídio registrado envolveu Jardilândia
da Silva Nepomuceno, de 34 anos, assassinada a facadas pelo namorado dentro de
casa, na frente do filho de 10 anos, caso que chocou a região. O crime expôs
mais uma vez a brutalidade da violência doméstica e o impacto direto sobre
crianças que presenciam esse tipo de agressão. A criança precisou de
atendimento psicológico ao ficar em estado de choque.
Monte Mor também integra a lista com o caso de Estela Maris
da Costa Vieira, de 32 anos, encontrada morta e queimada em meio a pneus em um
milharal. As investigações apontaram o ex-marido como principal suspeito, que
acabou morrendo em confronto com a polícia.
Americana registrou a morte de Gabriela Silva Simão, de 32
anos, assassinada a tiros ao tentar defender a irmã durante uma discussão
familiar. O companheiro, autor do crime, cometeu suicídio logo após o ataque.
Em Nova Odessa, Michelle Aparecida da Cruz Santos, de 31 anos, foi morta a tiros após deixar uma adega na cidade. O crime ocorreu em via pública e gerou forte comoção.
TRIBUNAL DO JÚRI
Na maior parte dos casos, os autores foram presos ou tiraram
a própria vida após os crimes. As investigações são realizadas entre Polícia
Civil e Ministério Público, que oferecerão denúncias à Justiça. Os acusados que
permaneceram vivos podem ser destinados ao Tribunal do Júri nas respectivas
cidades.

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