Polícia Civil investiga caso de tortura e abuso de autoridade envolvendo guardas em Americana

• Por Cézar Oliveira

  18 de dezembro de 2025, às 08h 53

A Polícia Civil de Americana confirmou nesta quarta-feira (17) a abertura de investigação para apurar uma denúncia de tortura e abuso de autoridade envolvendo guardas municipais da cidade. O caso teria ocorrido na madrugada de 17 de outubro e foi formalmente registrado em boletim de ocorrência.

De acordo com a polícia, quatro dias após o registro, um ofício foi encaminhado à Guarda Municipal de Americana (Gama) solicitando informações sobre a escala de serviço e o prefixo da viatura supostamente envolvida. A corporação respondeu com os dados requisitados, porém os suspeitos ainda não foram ouvidos.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima procurou atendimento médico no Pronto Atendimento (PA) do Zanaga apresentando cortes e diversos hematomas pelo corpo. No local, o homem relatou ter sido agredido por integrantes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu).

Ele afirmou que foi abordado na Avenida Brasil, nas proximidades do Centro de Cultura e Lazer (CCL), e colocado no compartimento de presos de uma viatura da Guarda Municipal. Em seguida, teria sido levado até uma área próxima ao Casarão de Salto Grande.

Ainda conforme o relato, no local o homem teria sido agredido com golpes de cassetete no tronco, na cabeça e nos membros inferiores, sem apresentar resistência durante a abordagem. Após as agressões, um dos agentes teria lançado a vítima de uma ponte, fazendo com que ela caísse sobre vegetação e pedras. O homem disse que, após a saída dos guardas, conseguiu rastejar até uma estrada próxima.

Segundo o depoimento, ele pediu ajuda em uma empresa da região e foi socorrido, sendo encaminhado novamente ao PA do Zanaga para atendimento médico.

OUTRO CASO

Além desse episódio, a Prefeitura de Americana apura um segundo caso envolvendo um guarda municipal, acusado de agredir um homem com um tapa e um soco. A ação teria sido registrada em vídeo. 

Os dois casos, denunciados ao Ministério Público, foram encaminhados à Corregedoria da corporação para apuração dos fatos e adoção de medidas cabíveis. O município disse que a Guarda Municipal não compactua com desvios de conduta.