Economia
Em setembro, 25% dos negócios tiveram prejuízo, e 35% não conseguiram reajustar preços

70% dos bares e restaurantes da região apostam em fim de ano com aumento no faturamento

56% dos empresários esperam mais movimento e aumento de até 20% no faturamento; 34% planejam reforço nas contratações; cozinheiros, chefs e gerentes estão entre vagas mais difíceis de preencher


O setor de alimentação fora do lar tem boa expectativa para os últimos meses do ano de 2025. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que 70% dos empreendedores da região de Campinas esperam ter alta no faturamento em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para a maioria (56%) o aumento deve ser de até 20%. Para dar conta da demanda extra com eventos e festas de confraternizações, 34% dos donos de bares e restaurantes projetam novas contratações na região.

A pesquisa da Abrasel, realizada com empresários do setor na Região Metropolitana de Campinas (RMC), entre os dias 13 e 21 de outubro, aponta também que na comparação com o mesmo período do ano passado, 11% esperam estabilidade e 15% projetam queda – 4% dos empresários que responderam o levantamento não tinham negócio em 2024.

Segundo a pesquisa, os empresários pretendem contratar mais funcionários nos últimos meses do ano. Outros 58% vão manter o quadro de empregados e apenas 8% têm a intenção de demitir. Os empresários relatam dificuldades para contratar, principalmente pela falta de interessados nas vagas e pela escassez de profissionais qualificados.

Entre as posições mais difíceis de preencher estão as de cozinheiros especializados, como sushiman e churrasqueiro, além de chefs de cozinha e gerentes. Para enfrentar a escassez de profissionais, muitos empresários têm adotado medidas para atrair e manter seus colaboradores.

As ações mais comuns são a premiação por desempenho, seguida de cursos e treinamentos, flexibilização de horários e aumento de salários. “O desemprego em níveis historicamente baixos significa mais poder de compra e, por consequência, mais movimento. Isso traz um desafio a mais na contratação de profissionais, principalmente os mais qualificados. Mas é melhor ter essa dificuldade do que ver faltarem clientes”, destaca Solmucci.

PREJUÍZO, INFLAÇÃO E ENDIVIDAMENTO

A pesquisa também abordou questões como prejuízo, inflação e endividamento. Na região de Campinas, 25% das empresas registraram prejuízo em setembro. Outras 31% ficaram em equilíbrio e 44% realizaram lucro.

Além disso, 35% não conseguiram reajustar os preços do cardápio nos últimos 12 meses e 27% possuem pagamentos em atraso. Os números corroboram com os resultados do Índice Abrasel-Stone, que indicou uma queda de -4,9% no volume de vendas no mês passado.

“Setembro foi atípico, com fatores externos que afetaram o desempenho, mas, ainda assim, o otimismo permanece. Acreditamos que os próximos meses serão muito movimentados pelas confraternizações, turismo e pagamento do 13º salário, que tradicionalmente fortalecem o setor nesta época do ano”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

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