MP investiga parcelamento do solo e dano ambiental em área de Sumaré
Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil e
apura suspeitas de parcelamento irregular do solo e dano ambiental na Chácara
Maciel, localizada na região do bairro Taquara Branca; denúncia aponta
intervenções ilegais
O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou
inquérito civil e investiga possíveis irregularidades ambientais e urbanísticas
na área conhecida como Chácara Maciel, situada na Alameda Toscana, altura do km
20, no bairro Taquara Branca, em Sumaré. A apuração teve início após a
Promotoria receber denúncia indicando suposto parcelamento irregular do solo e
dano ambiental, acompanhada de documentos e imagens que reforçariam as
suspeitas.
A denúncia foi apresentada por um engenheiro ambiental, que
relatou intervenções recentes na propriedade. O proprietário, por sua vez,
negou participação nos danos e informou que ajuizou medidas judiciais para
reaver a posse da área. Outro depoente — que afirma estar no local há cerca de
15 anos prestando serviços — declarou que, ao chegar, já havia construções
existentes e uma abertura na vegetação. Ele também citou autuação ambiental
anterior, de 2011, que teria resultado em reflorestamento parcial no local.
Segundo os elementos iniciais, parte do terreno teria sido
locada a um terceiro responsável por instalar uma fábrica de blocos de
concreto, utilizando a via aberta na vegetação para transporte de materiais. A
Polícia Militar Ambiental realizou fiscalização e constatou o bosqueamento de
0,04 hectares de vegetação nativa sem autorização, lavrando um Auto de Infração
Ambiental.
A Prefeitura de Sumaré confirmou à Promotoria que o imóvel
está inserido em perímetro urbano após revisão do Plano Diretor e classificado
como Zona de Corredor Verde, onde alguns empreendimentos são permitidos
mediante viabilidade técnica.
O MP também aguarda esclarecimentos da Polícia Militar
Ambiental sobre a possível coincidência entre a área autuada em 2024 e o espaço
objeto de Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental , firmado há mais de
uma década.
Diante da necessidade de aprofundar a investigação, a
Promotoria de Justiça determinou a instauração do inquérito civil e expediu uma
série de diligências, como nova fiscalização ambiental na Chácara Maciel, envio
de relatório e informações sobre a regularidade das atividades empresariais que
operam na área.
A investigação é de responsabilidade da promotora de Justiça
Luciane Cristina Nogueira Lucas Lo Ré. “Por fim, que cabe ao Ministério Público
promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”,
diz a promotora na portaria que abriu o inquérito.

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