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Moradores de Sumaré comentam levantamento realizado pelo Tribuna Liberal na área central

Internautas repercutem cenário de lojas fechadas no Centro de Sumaré

Aluguéis altos, avanço das compras online e falta de políticas públicas são apontados como causas do esvaziamento do comércio central; moradores pedem soluções e revitalização; são mais de 100 imóveis comerciais com portas cerradas

O levantamento do Tribuna Liberal que revelou 102 lojas fechadas no Centro de Sumaré gerou grande repercussão entre os moradores nas redes sociais. Muitos internautas apontaram os altos valores de aluguel, a falta de incentivos e o avanço das compras pela internet como principais causas da crise enfrentada pelo comércio central da cidade.

Para o morador Luís Lufe, a mudança no comportamento do consumidor é um fator decisivo. “As pessoas aprenderam e gostaram de comprar pela internet. Qual o atrativo para pagar mais caro, deixar o carro na rua e ficar subindo e descendo de loja em loja? Agora é outra época”, comentou.

Marlene Rodrigues destacou o peso dos aluguéis. “Nunca vi uma cidade com aluguel tão caro como Sumaré. Isso vale para comércio e moradia. Eu moro aqui há 20 anos, pago caro e só fico porque trabalho aqui. Os órgãos competentes deveriam fiscalizar isso”, disse.

Outros moradores ampliaram o debate, apontando que o problema não é isolado. Carlos Lopes acredita que a falta de políticas públicas dos últimos anos agravou a situação. “O que observamos é uma ausência de apoio efetivo. O comércio de Sumaré cresce não por incentivo, mas pela coragem do comerciante que insiste em empreender”, afirmou.

Na visão de Luiz Fernando Junior, o Centro perdeu sua atratividade. “Virou borda. Está velho, esquecido, nada mais acontece. Faltam lojas bonitas, calçadas boas e entretenimento. Só assim o Centro vai competir com a internet”, opinou.

Outros moradores também lembraram de decisões antigas que, segundo eles, contribuíram para o cenário atual. Carlos Eduardo Rocha criticou gestões passadas. “Zona Azul em toda a cidade, radares, falta de investimento em infraestrutura e especulação dos aluguéis. Ainda impediram a construção de um shopping, com o argumento de que acabaria com o comércio do Centro. Hoje não temos nem shopping nem comércio”, ironizou.

Já Carlos Fiorin avaliou que o fenômeno é regional. “Não é só Sumaré. O fortalecimento do comércio nos bairros e os aluguéis mais acessíveis deixaram o Centro em segundo plano”, observou.

O debate mostra que o fechamento de lojas no Centro de Sumaré é resultado de múltiplos fatores — desde questões estruturais e econômicas até transformações no hábito de consumo. Enquanto parte da população espera ações de revitalização - já confirmadas pela prefeitura - comerciantes seguem lutando para manter as portas abertas, apostando na recuperação gradual da economia e na valorização do comércio local.


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