Embalixo adota sistema de trabalho 5x2 e abre 110 vagas em Hortolândia
Empresa do setor de embalagens plásticas passou a ter novo
regime de jornada, que reduziu carga de 44 para 36 horas semanais sem alteração
salarial, beneficiando mais de 300 colaboradores; companhia diz que pode
inspirar indústrias
A Embalixo, indústria especializada na fabricação de sacos
plásticos, abriu 110 novas vagas de emprego em Hortolândia e as oportunidades
surgem em decorrência da adoção do novo modelo de jornada 5x2, que entrou em
vigor nesta semana, visando proporcionar uma reorganização da rotina de
trabalho da empresa.
As contratações são para o cargo de operador de produção,
função que exige ensino fundamental completo, experiência prévia em processos
industriais e disponibilidade para atuação imediata. O salário oferecido é de
R$ 2.200, além de uma série de benefícios.
Os interessados podem se candidatar diretamente pelo site
oficial da Embalixo, na seção “Trabalhe Conosco”, ou encaminhar o currículo
pelas redes sociais corporativas e também presencialmente, no endereço da
empresa.
Entre os benefícios concedidos aos colaboradores estão
auxílio combustível de R$ 250, vale-transporte ou transporte fretado, refeição
no local, vale-alimentação de R$ 170, seguro de vida, convênios médico e
odontológico — com isenção de mensalidade para o funcionário —, participação
nos lucros (PLR), prêmio de assiduidade de R$ 200, além do programa “Embaloja”,
que permite aos colaboradores adquirir produtos internos com desconto, e o
serviço de emergências médicas.
A expectativa é que a implementação da escala 5x2, que prevê
cinco dias de trabalho e dois de descanso, traga benefícios diretos a mais de
300 funcionários da unidade de Hortolândia. A medida reduz a jornada semanal de
44 para 36 horas, sem impacto sobre os salários, e visa melhorar a qualidade de
vida dos colaboradores, ao mesmo tempo em que prioriza a eficiência produtiva
da operação. A empresa fica na Estrada Carlos Roberto Prataviera, no Jardim
Nova Europa.
CEO DIZ QUE HORÁRIO FOI REDUZIDO PARA FUNCIONÁRIOS SE DEDICAREM ÀS FAMÍLIAS
Com a nova jornada da Embalixo, o tempo de trabalho semanal
foi reduzido em quase 20%, sem impacto nos salários. “Queremos dar mais tempo
para que nossos colaboradores possam se dedicar à família, ao lazer e à vida
fora do ambiente de trabalho. Essa é uma tendência global e acreditamos que
pode inspirar outras indústrias”, destaca Rafael Costa, CEO da empresa.
A Embalixo espera aumentar sua produção em até 40% nos
próximos meses, impulsionada por novas máquinas e pela reestruturação da
escala. “Acreditamos que produtividade e bem-estar não são opostos, e sim
complementares. Esse passo reforça nosso compromisso de crescer de forma
sustentável, com um time motivado e preparado para os desafios do mercado”,
completa o executivo.
GOVERNO PARTICIPA DE DEBATE NA CÂMARA DOS DEPUTADOS SOBRE
ESCALA 6 X 1
Ao representar o Governo do Brasil no seminário
“Alternativas para o Fim da Escala 6x1”, realizado pela Comissão de Trabalho da
Câmara dos Deputados na segunda feira (10), o ministro Luiz Marinho (Trabalho e
Emprego) defendeu que o país precisa avançar na revisão e na construção de um
modelo de jornada que garanta mais saúde, equilíbrio e previsibilidade para
trabalhadores.
“É preciso enfrentar a perversidade que ainda marca as
relações de trabalho no Brasil. Quando a gente olha para os números, vê que a
desigualdade não é um acidente, mas resultado de escolhas históricas que
penalizam os trabalhadores, especialmente os mais pobres. O papel do Estado é
corrigir isso”, disse.
No evento, sindicatos, trabalhadores, representantes de
empregadores e parlamentares discutiram a PEC 8/25, que propõe jornada de
quatro dias de trabalho e três de descanso, estabelecendo limite de 36 horas
semanais, e extingue a escala 6x1. A proposta ainda será analisada pela
Comissão de Constituição e Justiça. O debate busca avaliar os impactos da atual
escala na saúde, na qualidade de vida e nas relações sociais dos trabalhadores.
Segundo Marinho, mudanças legais na jornada de trabalho são necessárias para permitir avanços. “Se não tiver imposição legal, vamos atravessar mais um século com trabalhadores presos à mesma regra”, afirmou. Ele lembrou que a redução constitucional de 48 para 44 horas semanais em 1988 enfrentou resistência semelhante. “O mundo não acabou. As empresas se adaptaram, e muitas categorias já negociam 40 horas semanais”, avaliou.
EXPERIÊNCIAS EM EMPRESAS
O ministro pontuou que experiências em empresas com jornadas
menores têm demonstrado ganhos de produtividade e qualidade. Ele também
defendeu a necessidade de ampliar o descanso semanal. Apesar disso, Marinho
ponderou que parte das atividades econômicas exige operação contínua. “Não
existe lei capaz de determinar a grade de horários de todos os setores. Isso é
papel da negociação coletiva”, disse.
Ao final, o ministro reforçou a disposição do governo para
dialogar com trabalhadores, empregadores e Parlamento. “Precisamos avançar com
serenidade e construir a transição necessária. É hora de virar a página da
escala 6x1”, concluiu.

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