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Objetivo é avançar com soluções técnicas e sustentáveis para garantir segurança hídrica aos moradores

Comissão que envolve Gaema e CPFL vai buscar recursos para Salto Grande

Câmara definiu composição da Comissão Especial de Estudos que buscará transformar a Represa do Salto Grande em fonte alternativa de abastecimento de água para o município; vereadora Talitha De Nadai revelou plano de ação inicial

A crise hídrica que afeta Americana motivou a criação de uma Comissão Especial de Estudos na Câmara Municipal para investigar alternativas de abastecimento e, principalmente, tentar viabilizar o uso da Represa do Salto Grande como fonte de captação. 

A proposta, de autoria da vereadora Talitha De Nadai (PDT), foi aprovada nesta semana e o decreto legislativo que oficializa o grupo deve ser votado na próxima sessão, na terça-feira (14). Em entrevista ao Tribuna Liberal, Talitha De Nadai explicou que a primeira medida da comissão será envolver Ministério Público, CPFL, Cetesb e prefeitura. Além disso, membros devem fazer uma “operação” na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e nos ministérios, em Brasília, para buscar recursos a serem aplicados na represa.

Segundo Talitha, as primeiras ações serão voltadas à articulação institucional com órgãos estaduais. “As primeiras medidas nessa primeira reunião já é deliberar essas agendas com o prefeito, com a Cetesb, com a CPFL e já ir buscando com o Gaema junto ao promotor de Justiça”, explicou a vereadora. “Acredito que os primeiros passos são marcar uma reunião com todos os vereadores para já definir essas próximas reuniões com as pessoas que realmente entendem e trabalham com a represa”, completou.

A parlamentar destacou que o projeto depende fortemente de investimentos externos para avançar. “Com certeza. Eu acho que o vereador tem caminhos para isso. O Chico também tem portas abertas na Assembleia Legislativa. A gente sabe que daqui é um pouco complicado. A gente tem que buscar recurso fora, junto aos ministérios também e ir buscando essas parcerias”, afirmou. 

Ela também ressaltou que o Governo do Estado deve ser chamado a participar das tratativas, especialmente em relação à gestão de esgoto e ao reaproveitamento da água. “A gente tem que lembrar também principalmente em relação à questão do descarte do esgoto. A gente sabe que tem outras cidades envolvidas nisso, então acho que é importante tentar envolver o governador Tarcísio nessa realidade para a gente poder realmente fazer a diferença de fato com uma Estação de Tratamento de Esgoto e também com uma mini ETA para poder abastecer a região do pós-represa”, destacou Talitha.

A vereadora frisou que a participação dos demais parlamentares reforça o caráter plural da comissão e aumenta as chances de viabilizar a proposta. “Eu fiquei muito feliz com a participação dos vereadores na Comissão, então acho que isso enriquece muito o trabalho e também a busca de alternativas para solucionar o problema e atrás de recursos para a gente poder com certeza fazer a diferença e começar a utilizar a água da nossa represa”, afirmou.

A parlamentar lembrou que outros municípios já avançaram na construção de reservatórios, enquanto Americana ainda não aproveita o potencial do seu principal manancial. “A gente tem acompanhado as outras cidades criando, fazendo, construindo suas represas e a gente tem uma represa tão grande que pode sim ser uma das possíveis soluções de abastecimento de água aqui da nossa cidade”, afirmou.

“A ideia agora é pensar pra frente. Falar dos problemas a gente já sabe, a falta de água, a questão do tratamento, a escassez de chuva... a gente tem que pensar pra frente. Então é buscando essas novas soluções que eu criei essa comissão na Câmara para poder realmente dar suporte ao Poder Executivo de novas soluções para a questão da água aqui em Americana”, concluiu.

Integram o colegiado, além de Talitha, os vereadores Jacira Chavare (Republicanos), Renan de Angelo (Podemos), Gutão do Lanche (Agir), Levi Rossi (PRD), Lucas Leoncine (PSD), Marcos Caetano (PL) e Professora Juliana (PT). Cada partido terá um representante, e o grupo terá prazo inicial de 180 dias, podendo ser prorrogado, para apresentar um relatório técnico com propostas de curto, médio e longo prazos.

PLANEJAMENTO TÉCNICO

A criação da comissão ocorre em meio a um quadro preocupante: o Departamento de Água e Esgoto (DAE) informou que os reservatórios do município operam com a metade do volume ideal. Desde 30 de setembro, Americana está sob estado de emergência hídrica, o que tem causado intermitência no abastecimento em praticamente todas as regiões da cidade.

Recentemente, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do DAE, que analisa uma possível concessão, foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP).

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