Região chega a 59 mortes por dengue e mais de 27 mil moradores infectados
Com a volta do período de chuvas, autoridades de saúde intensificam
ações de combate ao Aedes aegypti; Hortolândia inicia nova Análise de Densidade
Larvária para conter avanço do mosquito; Americana lidera em casos e óbitos
A região já contabiliza 59 mortes por dengue em 2025, de
acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde levantados pelo Tribuna
Liberal nesta quinta-feira (9). O total de 27.252 casos confirmados preocupa as
autoridades de saúde, especialmente com o retorno das chuvas, que favorecem o
aumento dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e
chikungunya. O cenário acende o alerta para uma possível nova alta de infecções
nos próximos meses.
Entre os municípios da região, Americana lidera o número de
óbitos, com 29 mortes, seguida por Sumaré, com 16, e Hortolândia, com 8 registros
— três deles confirmados de julho pra cá. Monte Mor contabiliza 3 mortes, Nova
Odessa, 2, e Paulínia, 1 óbito. A soma totaliza as 59 vítimas fatais da doença
em 2025.
Nos casos confirmados, Americana também apresenta o maior
volume de infecções, com 8.963 casos, seguida por Hortolândia (6.779), Sumaré
(5.605), Paulínia (3.674), Monte Mor (1.402) e Nova Odessa, que registra 829
casos, o menor número da região. No total, a soma chega a 27.252 moradores
infectados ao longo do ano.
Em Hortolândia, as ações de combate ao mosquito seguem
intensas. A prefeitura iniciou na quarta-feira (8) a Análise de Densidade
Larvária (ADL), conduzida pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ),
vinculada à Secretaria de Saúde. A ação percorre bairros da região central e do
Jardim Rosolém para identificar e eliminar focos do Aedes aegypti. A ADL é
considerada uma ferramenta fundamental para definir novas estratégias e
reforçar medidas de enfrentamento e prevenção da dengue e outras arboviroses.
O trabalho consiste em contar larvas de Aedes aegypti
encontradas nas residências visitadas pelos agentes da UVZ. Essa análise é
feita três vezes por ano — em janeiro, julho e outubro — e serve para medir a
densidade de infestação. A execução ocorre por amostragem, com cerca de 600 imóveis
visitados em cada uma das cinco regiões da cidade, totalizando aproximadamente
3 mil residências. A escolha dos quarteirões é feita por sorteio, e a previsão
é de que os trabalhos sejam concluídos em até 20 dias, dependendo das condições
climáticas.
A prefeitura faz um apelo para que os moradores autorizem a
entrada dos agentes, devidamente identificados com crachá e uniforme, para
facilitar a inspeção e o controle dos criadouros. Em caso de dúvidas, os
moradores podem entrar em contato com a UVZ pelos telefones (19) 3897-3312 ou
(19) 3897-5974. Durante o período da ADL, a ação semanal de busca ativa foi
temporariamente suspensa e será retomada após a conclusão do levantamento.
Além das visitas, os técnicos coletam e identificam amostras
de larvas para calcular o Índice de Breteau, indicador que mede a quantidade de
criadouros com presença de larvas do mosquito. O índice varia de 0 a 1 (baixo),
de 1 a 4 (médio) e acima de 4 (alto). Em julho, o levantamento registrou índice
de 0,8, considerado baixo, reflexo das temperaturas mais frias do inverno,
período em que a atividade do mosquito diminui.
Com a volta das chuvas e o aumento da umidade, porém,
especialistas alertam que o índice tende a subir rapidamente. As prefeituras
reforçam que a participação da população é decisiva, mantendo caixas d’água
vedadas, eliminando recipientes que acumulam água e limpando calhas e quintais.
Ações preventivas contínuas são vistas como a principal meta contra uma nova
escalada da dengue neste fim de ano.

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