Parlamentares afastam Cafu César do cargo de vice-prefeito de Hortolândia
Decisão foi tomada em sessão extraordinária nesta
terça-feira (18), por prazo indeterminado, com suspensão do subsídio mensal;
medida ocorre durante Operação Coffee Break, da Polícia Federal, que levou à
prisão preventiva do político
Os vereadores de Hortolândia aprovaram nesta terça-feira (18), com 17 votos favoráveis, o projeto de decreto legislativo que afasta, por prazo indeterminado, o vice-prefeito Cafu César (PSB) de suas funções, com suspensão do subsídio mensal, enquanto seguem as investigações da Polícia Federal, via Operação Coffee Break, que prendeu o político na última quarta-feira (13), por possíveis fraudes em licitações e contratos da educação.
A votação ocorreu em sessão extraordinária convocada após a leitura oficial do
pedido de afastamento na noite de segunda-feira (17).
“Cabe observar que o presente se fundamenta em solicitação
por escrito, encaminhada pelo vice-prefeito, na qual o senhor Carlos Augusto
César requereu licença para afastamento do cargo, lida na 38° sessão ordinária
do dia 17 de novembro de 2025, e constante do Processo Administrativo n°
296/2025”, afirma o projeto, de autoria da Mesa Diretora.
O presidente da Câmara, vereador Daniel Laranjeira (PSD),
disse que o Legislativo conduziu os trâmites do projeto conforme determina a
Lei Orgânica do Município.
Na sessão de segunda-feira (17), juntamente com a leitura do
pedido de afastamento de Cafu, também foi oficializada a abertura da Comissão
Especial de Inquérito (CEI) que investigará possíveis irregularidades em
contratos firmados entre a prefeitura e a empresa Life Tecnologia Educacional.
O projeto que instituiu a comissão foi aprovado pelo plenário.
A CEI, assinada pelos 19 vereadores na última sexta (14), é
uma resposta direta aos desdobramentos da Operação Coffee Break. A investigação
busca apurar suspeitas de fraude à licitação, direcionamento contratual,
superfaturamento, favorecimento ilícito e eventuais desvios de recursos da
educação municipal. Documentos, computadores e processos relacionados aos
contratos da Life foram apreendidos em secretarias.
Cafu César está preso preventivamente há uma semana,
suspeito de direcionar licitações e intermediar pagamentos à Life. O então
secretário de Educação, Fernando Gomes de Moraes, também foi preso por suposto
envolvimento no esquema.
A operação desencadeou a exoneração de integrantes do alto
escalão do governo, como também o secretário Rogério Mion (Habitação) e a
diretora Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula.
Em nota sobre a criação da CEI, a Câmara destacou que
pretende investigar os contratos da Life, a execução das despesas e eventuais
prejuízos ao erário. O Legislativo disse que a CEI tem caráter técnico e visa
assegurar “transparência e esclarecimentos à população sobre o tema”.
A defesa de Cafu afirmou que trabalha prioritariamente pela
soltura do vice-prefeito, alegando “absoluta desnecessidade” da prisão
preventiva e enfatizando que ele não foi ouvido pela Polícia Federal.

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