Política
Caso seja constatada infração político-administrativa, Wal da Farmácia poderá ter mandato cassado

CP contra Wal da Farmácia pode ouvir até dez testemunhas em Monte Mor

Comissão Processante que apura denúncia de quebra de decoro parlamentar envolvendo vereadora Wal da Farmácia (PSB) definiu rito do processo e notificou a parlamentar; procedimento foi instaurado após acusada dizer que ‘Câmara é vendida’

A Comissão Processante (CP) instaurada pela Câmara Municipal de Monte Mor para investigar a vereadora Wal da Farmácia (PSB) por quebra de decoro parlamentar já definiu o rito processual. A ata da primeira reunião estabeleceu prazo para a parlamentar apresentar defesa prévia e indicar até dez testemunhas a serem ouvidas durante a fase de instrução.

A decisão foi tomada por unanimidade pelos membros da comissão, que também determinaram a publicação e registro de todos os documentos do processo no sistema legislativo da Casa (SAPL), com a devida proteção de dados sensíveis.

O colegiado foi formado por sorteio durante a 33ª Sessão Ordinária, em 29 de setembro, e ficou composto pelo vereador Roger Santos (presidente), vereadora Milziane Menezes (relatora) e vereador Clair Gomes (membro).

Os integrantes conferiram a documentação que acompanha a denúncia, atestando a regularidade formal do caso. O grupo deliberou também pela notificação da vereadora Wal da Farmácia, que recebeu cópia integral da denúncia.

A denúncia contra Wal foi protocolada em 26 de setembro pelo presidente do Republicanos de Monte Mor, Monenis Alberto de Souza Soares, e se baseia em declarações feitas pela parlamentar durante a sessão de 8 de setembro, quando a Câmara aprovou a revogação do programa Tarifa Zero, de autoria da própria vereadora.

Na ocasião, Wal afirmou que a Casa teria se tornado “um puxadinho da prefeitura” e que “a Câmara é vendida”. As falas, reproduzidas em vídeo e em reportagem publicada pelo Tribuna Liberal, foram apontadas pelo denunciante como ofensas à dignidade do Legislativo e aos vereadores. O documento sustenta que as declarações extrapolaram os limites da liberdade de expressão.

Após essa fase, a comissão deverá deliberar sobre o recebimento da defesa e definir o cronograma de oitivas e diligências. Caso sejam confirmadas irregularidades ou infrações político-administrativas, o processo pode resultar em cassação do mandato da parlamentar por quebra de decoro.

Um parecer jurídico da Câmara, elaborado pela procuradora Gisele de Frias Rocha e solicitado pelo presidente Beto Carvalho (PP), já havia alertado para a necessidade de rigor no cumprimento do decreto federal. O documento também apontou que Wal da Farmácia — como denunciada — e a vereadora Camila Hellen (Republicanos) — cujo marido assinou a denúncia — ficariam impedidas de participar da votação de admissibilidade do caso.

Segundo o parecer, a eventual participação de ambas configuraria nulidade absoluta do processo, por violar princípios constitucionais de imparcialidade e moralidade administrativa, sendo necessária a convocação de seus respectivos suplentes.

Wal da Farmácia afirmou que o processo tem caráter “meramente político” e representa uma “perseguição” por parte de adversários.

 


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