Beto Carvalho quer impedir cobrança por ‘ar na rede’ nas contas de água em Monte Mor
Presidente do Legislativo pretende obrigar Sabesp a instalar
eliminadores de ar nas tubulações, por solicitação do consumidor; equipamento
evitaria que o hidrômetro registrasse ar como se fosse água, reduzindo
cobranças
O presidente da Câmara de Monte Mor, vereador Beto Carvalho
(PP), apresentou projeto de lei que obriga a Sabesp, concessionária responsável
pelo abastecimento de água na cidade, a instalar eliminadores de ar nas
tubulações que antecedem os hidrômetros. A medida visa impedir que o ar
presente na rede seja contabilizado como consumo, prática que, segundo o
parlamentar, gera prejuízos significativos aos consumidores.
Pelo texto, o equipamento deverá ser instalado por
solicitação do consumidor, e o custo será de responsabilidade da empresa
concessionária sempre que houver comprovação técnica da presença de ar no
sistema. Nos demais casos, o usuário poderá solicitar a instalação por conta
própria, se desejar.
O projeto estabelece ainda que os novos hidrômetros instalados
após a promulgação da lei já deverão vir equipados com o eliminador de ar, sem
custo adicional para o morador. O equipamento deverá seguir os padrões da
Portaria nº 246 do INMETRO e ser devidamente patenteado.
De acordo com a proposta, a concessionária deverá informar
aos consumidores, por três meses consecutivos após a publicação da lei, sobre o
novo direito, incluindo mensagens impressas nas contas de água e em materiais
publicitários. A instalação poderá ser feita tanto pela empresa prestadora do serviço
quanto por empresas credenciadas que comercializem os dispositivos.
O texto ainda prevê que o Poder Executivo regulamente a lei
em até 90 dias, caso seja aprovado. Na justificativa do projeto, o vereador
afirma que a medida busca corrigir uma distorção histórica nas cobranças de
água, já que o hidrômetro registra também o ar que circula pelas tubulações,
especialmente após interrupções no fornecimento.
“É notória a existência de prejuízos significativos causados
aos usuários do serviço de abastecimento de água, porque os consumidores
acabam, na prática, pagando por ar como se fosse água”, destaca.
O parlamentar explica que o processo de bombeamento da água
gera naturalmente a presença de ar nas redes, mas o consumidor não deve arcar
com esse custo. Ele cita estudos da Escola Federal de Engenharia de Itajubá
(MG), que apontam economia média de até 35% nas contas de água após a
instalação de reguladores de ar.
“Quando o abastecimento é suspenso, formam-se bolsões de ar
nas tubulações, o que eleva indevidamente o volume registrado pelo hidrômetro.
Ao retomar o fornecimento, a água empurra o ar acumulado, simulando um consumo
maior do que o real”, afirma.
O vereador lembra que o problema é mais comum em regiões
elevadas e nas extremidades das redes, onde as interrupções são mais
frequentes.
“A proposição visa assegurar justiça e transparência na
medição e cobrança do consumo de água, garantindo que o pagamento se restrinja
exclusivamente ao volume efetivamente consumido”, finaliza.
O projeto de lei foi protocolado na Câmara Municipal e foi
encaminhado às comissões competentes para análise.

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