Política
Pedido de afastamento de Cafu César se soma à instalação da CEI que apura supostas fraudes em licitações

Afastamento de Cafu César é lido na Câmara e será votado em Hortolândia

Legislativo recebeu pedido formal para afastamento por prazo indeterminado do vice-prefeito, com suspensão do subsídio mensal, em meio às investigações da Operação Coffee Break; solicitação foi lida em plenário na sessão desta segunda-feira

A Câmara recebeu e o pedido de afastamento do vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César (PSB), foi lido em plenário na noite desta segunda-feira (17) e deve ser votado nesta terça-feira (18), em sessão extraordinária. O documento solicita o afastamento de Cafu por prazo indeterminado, com a suspensão do subsídio mensal, enquanto ocorrem as investigações sobre suspeitas de fraudes em contratos públicos.

Segundo o presidente do Legislativo, vereador Daniel Laranjeira (PSD), a Casa está seguindo o que determina a Lei Orgânica do Município, adotando os procedimentos legais para a elaboração e votação de um projeto de decreto legislativo específico sobre o afastamento. A deliberação ocorrerá em meio a um dos momentos mais delicados da política local, após a eclosão da Operação Coffee Break, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.

Na mesma sessão desta segunda, também foi lida e oficializada a abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigará possíveis irregularidades em contratos firmados entre a Prefeitura de Hortolândia e a empresa Life Tecnologia Educacional. O projeto de decreto legislativo que instituiu a CEI foi aprovado.

A CEI foi anunciada na última sexta-feira (14), com assinatura dos 19 vereadores, em resposta direta aos desdobramentos da Operação Coffee Break. A investigação apura indícios de fraude à licitação, direcionamento contratual, superfaturamento, favorecimento ilícito e eventuais desvios de recursos da educação municipal. Documentos, computadores e processos ligados aos contratos com a Life foram apreendidos em secretarias da prefeitura.

Cafu está preso preventivamente desde quarta-feira (13), suspeito de direcionar licitações e intermediar pagamentos à Life Tecnologia Educacional. O então secretário de Educação, Fernando Gomes de Moraes, também foi preso. A ofensiva resultou na exoneração de integrantes do alto escalão do governo, incluindo Cafu (que acumulava o cargo de secretário de Governo), o secretário Rogério Mion (Habitação), o próprio Fernando Moraes (Educação, Ciência e Tecnologia) e a diretora de departamento Carla Ariane Trindade. A prefeitura declarou ter sido “surpreendida” pela operação, mas garantiu cooperação total com as autoridades.

Na nota em que confirma a criação da CEI, a Câmara ressaltou que pretende apurar não só os contratos da Life como também a execução das despesas e eventuais prejuízos ao erário, dando transparência aos atos investigativos.

A defesa do vice-prefeito afirma que trabalha prioritariamente pela soltura de Cafu, alegando “absoluta desnecessidade” da prisão preventiva e dizendo que ele não foi ouvido pela PF. Quanto ao mérito das acusações, os advogados sustentam que os fatos serão esclarecidos durante a instrução do processo.

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