Polícia
Homem foi condenado por executar empresário, esposa e estrangular as duas filhas do casal

Homem que matou família Tempesta, de Americana, é encontrado morto

Celso Pereira de Assis, de 51 anos, foi localizado sem vida em penitenciária situada em Andradina (SP), encerrando pena de 85 anos por um dos crimes mais bárbaros da história da cidade, em 2009; caso ganhou repercussão nacional

O mecânico Celso Pereira de Assis, de 51 anos, foi encontrado morto dentro de uma cela da Penitenciária Anísio Aparecido de Oliveira, em Andradina. Condenado a 85 anos e quatro meses de prisão, ele cumpria pena pelos assassinatos brutais do empresário Robson Douglas Tempesta, de sua esposa Ana Paula Duca Tempesta e das duas filhas do casal, Camila, de 8 anos, e Laura, de apenas 1 ano e 9 meses. O crime ocorreu em 14 de janeiro de 2009, em Americana.

De acordo com o atestado de óbito, apresentado pela direção da unidade prisional e que se tornou público recentemente, Assis morreu em 15 de julho deste ano, em decorrência de edema pulmonar e infarto. O corpo foi localizado por agentes penitenciários, que acionaram a Polícia Civil.

A juíza Camila Paiva Portero, responsável pela Vara de Execuções Criminais que acompanhava o caso, determinou a solicitação da certidão de óbito para formalizar a extinção da pena. O caso encerra, no papel, a história de um dos crimes mais bárbaros já registrados na região de Americana.

O episódio que levou Assis à prisão ganhou repercussão nacional pela frieza e crueldade com que executou a família. O empresário Robson Tempesta, de 39 anos, e sua esposa Ana Paula, de 31, foram mortos a tiros dentro do escritório onde trabalhavam, na Rua Brigadeiro Faria Lima, no Jardim Santana. As vítimas foram atingidas 16 vezes, sem qualquer chance de defesa.

Horas depois, as filhas do casal, Camila e Laura, foram encontradas mortas e com sinais de estrangulamento às margens da Rodovia do Açúcar, em Elias Fausto, a mais de 70 quilômetros de onde os pais haviam sido executados. O detalhe que mais chocou os investigadores foi a forma como as crianças foram retiradas do local e mortas — uma tentativa cruel de eliminar testemunhas que sequer podiam falar.

Uma semana após o crime, a polícia chegou até o autor. Celso Pereira de Assis, então com 34 anos, foi preso ao lado da companheira Fabiane dos Santos Pinheiro, de 30, e do mecânico Bruno Magrini Palumbo, de 25. Durante o interrogatório, Assis confessou o duplo assassinato do casal e revelou ter matado as meninas. O motivo, segundo ele, seria uma dívida de R$ 16 mil que o empresário teria com ele.

Assis trabalhava havia cinco meses na empresa de Tempesta como piloto de carros e dizia ter emprestado o dinheiro para reparos em um veículo. Em depoimento, contou que levou as filhas do casal para sua casa, no bairro Vila Mimosa, em Campinas, onde as estrangulou no banheiro. O relato, frio e detalhado, deixou até os investigadores mais experientes impressionados.

A companheira de Assis, Fabiane, teria ficado na sala chorando enquanto as crianças agonizavam. Já Bruno Palumbo, que havia ido ao escritório apenas para cobrar um salário atrasado de R$ 800, acabou envolvido na trama e também foi indiciado e condenado pela participação nos assassinatos.

O crime foi descoberto por um funcionário da empresa, que encontrou os corpos do casal no escritório. Ele contou à polícia que havia marcado um encontro com o patrão naquela noite e estranhou não ver as crianças, o que levou à descoberta posterior dos corpos na rodovia. Mais de uma década depois, a morte de Celso Pereira de Assis encerra um capítulo violento da história do interior paulista.


Deixe um comentário