Polícia
Crime aconteceu em março de 2023, quando mulher havia sido detida por tentativa de estelionato

Após condenação de policial por estupro dentro da Cadeia de Paulínia, SSP-SP mantém silêncio

Mesmo com a condenação de um policial civil a nove anos de prisão pelo estupro de uma detenta dentro da Cadeia de Paulínia, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) ainda mantém silêncio após ser questionada pelo Tribuna Liberal. A condenação, que partiu da 2ª Vara de Paulínia, também inclui pagamento de R$ 55 mil por danos morais à vítima.

A defesa do réu já anunciou que irá recorrer e o acusado espera em liberdade. Laudos técnicos reforçam a acusação: um deles demonstrou que as aberturas da cela permitiam contato físico entre o agressor e a detenta, possibilitando a imobilização e uma mordida relatada. O segundo atestou a lesão na mama esquerda da vítima, corroborando com a agressão descrita.

Apesar da gravidade do crime e do impacto da decisão judicial, a SSP-SP não apresentou qualquer esclarecimento público até agora relacionado ao caso e à segurança dentro da cadeia.

O crime remonta a março de 2023, quando a mulher havia sido detida por tentativa de estelionato. Primeiro levada ao 10º DP de Campinas — local onde o policial acusado trabalhava — ela foi posteriormente transferida para a Cadeia Pública de Paulínia.

Segundo o relato prestado às autoridades, as agressões começaram ainda na carceragem do 10º DP.  A detenta disse ter sido imobilizada contra as grades, foi ameaçada por arma de fogo e sofreu tortura física e psicológica durante a noite. Após o estupro, o agente teria telefonado para a mãe da vítima, afirmando que estava “cuidando muito bem” dela. Os pedidos de socorro, segundo a mulher, só foram ouvidos ao amanhecer.

A denúncia levou à decretação da prisão temporária do policial e à abertura de procedimento disciplinar pela Corregedoria da Polícia Civil. Meses depois, porém, ele deixou a prisão após obter habeas corpus. Agora condenado, ele segue em liberdade enquanto a defesa busca reverter a decisão.


 

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