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Refinaria de Paulínia: se confirmado, duto só deve operar depois de 2030

Petrobras estuda traçado de oleoduto bilionário entre Paulínia e Mato Grosso

Projeto pode atingir 2 mil km de extensão, com aporte de até US$ 3 bilhões, e representa a maior aposta da estatal em transporte de óleo das últimas décadas; avaliações contemplam três rotas possíveis, incluindo Rondonópolis e Sinop

A Petrobras iniciou análises para construir um oleoduto de quase 2 mil quilômetros ligando a Refinaria de Paulínia (Replan), a cidades estratégicas do Mato Grosso. O orçamento estimado, entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões, coloca a iniciativa como o maior plano de transporte de óleo da companhia nos últimos 30 anos.

O estudo ocorre diante do avanço acelerado da demanda por transporte de biocombustíveis no Centro-Oeste, impulsionada pelo agronegócio e pela crescente produção de etanol de milho. A informação foi divulgada recentemente por Daniel Sales Correa, gerente-executivo de Comercialização no Mercado Interno da estatal, durante o painel “Desenvolvimento da Infraestrutura Dutoviária para o Centro-Oeste Brasileiro” no maior fórum global do setor de dutos.

A estatal avalia três trajetos diferentes para o novo duto, que podem ter como destino final Rondonópolis ou Sinop. Uma das alternativas em estudo prevê a utilização da faixa de servidão do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), o que facilitaria o licenciamento e diminuiria conflitos fundiários.

Ainda sem definição sobre traçado ou execução, a decisão final depende de análises de viabilidade econômica e ambiental. Caso avance, a previsão é de que a operação só comece depois de 2030.

Além de aumentar a capacidade de escoamento de petróleo e derivados, o oleoduto pode reduzir significativamente os custos de transporte e tornar o abastecimento mais eficiente. Para o Mato Grosso, estado de posição central e alta produção, o projeto tem relevância estratégica.

Analistas apontam que a obra pode remodelar a malha logística da Petrobras, oferecendo maior segurança no transporte, atraindo investimentos regionais e gerando empregos. A iniciativa também reforça a expansão da infraestrutura de energia no Brasil, em linha com a valorização atual do setor.

Outros especialistas reforçaram a urgência do investimento, ressaltando que a infraestrutura atual já não acompanha o ritmo da demanda regional do agro. A produção de etanol de milho está em patamar elevado.


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