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Fatores como escolarização feminina, mudanças econômicas e maternidade tardia influenciam números

Em sete anos, número de nascimentos registra redução de 27,3% em Sumaré

Cidade passa por queda acentuada na quantidade de nascimentos entre 2017 e 2024, caindo de 4.035 para 2.931; entre 2023 e 2024, município anotou recuo de 11,5% no total de nascidos vivos, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE

O número de nascimentos em Sumaré apresentou uma das quedas mais expressivas da última década, caindo de 4.035 registros em 2017 para 2.931 em 2024, o que representa um recuo de 27,3% em sete anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A tendência também aparece na comparação mais recente: entre 2023 e 2024, os nascidos vivos caíram de 3.311 para 2.931, redução de 11,5%. Tal desaceleração tem sido apontada por especialistas como reflexo de mudanças sociais, culturais e econômicas que vêm atingindo todo o país.

Segundo estudiosos, as mulheres, especialmente em São Paulo, têm priorizado a formação acadêmica e a estabilidade financeira. Há também a influência da maternidade tardia, do aumento do custo de vida, das transformações no mercado de trabalho e da ampliação do acesso a métodos contraceptivos e informações de saúde reprodutiva, fatores amplamente reconhecidos em pesquisas nacionais.

O comportamento demográfico da cidade também aparece em outros indicadores. O número de divórcios caiu 10,8% em Sumaré, passando de 908 em 2023 para 810 em 2024, enquanto os casamentos aumentaram 1,3%, subindo de 1.663 para 1.684 no mesmo período.

Já as mortes naturais cresceram 7,9%, passando de 1.548 para 1.671 entre 2023 e 2024 — crescimento que acompanha o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida. A combinação de menos nascimentos, mais óbitos e oscilações nos vínculos conjugais aponta para um quadro de transição demográfica semelhante ao observado em diversos municípios paulistas.

Os dados locais acompanham tendências reveladas pelo IBGE em seu levantamento nacional das Estatísticas do Registro Civil. Em 2024, o Brasil registrou 2.376.901 nascimentos, queda de 5,8% em relação a 2023 — o sexto recuo consecutivo desde 2019. O Sudeste, onde está Sumaré, apresentou diminuição de 6,3%, uma das maiores do país. No mesmo período, o país registrou 428.301 divórcios, baixa de 2,8% na comparação com o ano anterior.

Especialistas do instituto afirmam que oscilações nos divórcios podem ser cíclicas, mas a tendência geral é de estabilidade, com mudança no perfil das famílias e maior adesão à guarda compartilhada. Já os casamentos civis tiveram aumento tímido de 0,9% no Brasil, porém ainda não retomaram os patamares pré-pandemia.

Em síntese, o cenário de Sumaré, marcado por menos nascimentos, menos divórcios, mais casamentos e mais mortes naturais, reflete transformações sociais profundas observadas em todo o país: famílias menores, casais com menos filhos e decisões reprodutivas mais tardias, influenciadas por escolarização, mercado de trabalho, custos de criação dos filhos e expectativas de vida.

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