Receita Federal arrecada 12% a menos de recursos em oito cidades da região de Campinas
Segundo especialista, explicação é que os municípios concentram os setores de comércio e serviços, impactados pela inflação e pela perda do poder aquisitivo
Oito cidades que fazem parte da Delegacia da Receita Federal, em Campinas, inclusive Sumaré, Paulínia e Hortolândia, tiveram uma queda de quase 12% na arrecadação de recursos em março deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses municípios arrecadaram R$ 2,142 bilhões em março deste ano ante R$ 2,186 bilhões no mesmo mês, em 2021. Os valores correspondem à arrecadação fazendária e recolhimentos previdenciários.
Dados da Receita Federal apontam que houve uma queda nominal de 2,02% e de 11,96%, considerando a inflação. No acumulado de janeiro a março de 2022, a região arrecadou 7,210 bilhões ante R$ 6,658 bilhões no primeiro trimestre de 2021. O gestor e consultor financeiro, Rogério Araújo, especialista em investimentos, explicou que essa queda de arrecadação de quase 12% é porque as cidades da região têm sua composição econômica focada nas áreas de comércio e prestação de serviços, que respondem por 65% do PIB (Produto Interno Bruto). Outros 34% das riquezas produzidas na região são derivadas das indústrias e menos de 1% do setor agropecuário.
Segundo o especialista, que é fundador da Roar Educacional Consultoria e líder educacional da corretora de investimentos Vítreo, o que aumentou muito a arrecadação no Brasil neste ano foi o setor de agronegócios, diante da alta demanda global. A indústria foi beneficiada pela queda na cotação do dólar e no aumento da exportação. Em contrapartida, o comércio foi impactado pela inflação e pela queda no consumo. E com a queda do poder aquisitivo, o setor de serviços é o que foi mais impactado pelo cenário econômico desfavorável.
“A Região Metropolitana de Campinas perdeu muito em arrecadação e vai continuar perdendo muito dinheiro com isso porque o setor de comércio e serviços da RMC equivale a 65%”, comentou Araújo. A Delegacia da Receita Federal é formada por Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
NO ESTADO
No Estado de São Paulo, a arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal atingiu, em março de 2022, o valor de R$ 71,28 bilhões, registrando acréscimo real (IPCA) de 7,38% em relação a março de 2021, quando foram arrecadados R$ 59,65 bilhões no estado.
Dos R$ 71,28 bilhões, R$ 54,18 bilhões correspondem à arrecadação fazendária e R$ 17,10 bilhões, à arrecadação previdenciária. A arrecadação do estado respondeu por 44,93% da arrecadação nacional de receitas administradas pela Receita Federal. Em todo o País, foram arrecadados R$ 158,65 bilhões em receitas administradas pela Receita, acréscimo real (IPCA) de 5,89% em relação ao mesmo mês de 2021, quando foram arrecadados R$ 134,62 bilhões.
No período acumulado de janeiro a março de 2022, a arrecadação da Receita Federal no estado de São Paulo alcançou o valor de R$ 231,03 bilhões, representando um acréscimo pelo IPCA de 7,09% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram arrecadados no estado R$ 194,80 bilhões. Já o acumulado nacional chegou a R$ 519,35 bilhões, registrando acréscimo real (IPCA) de 8,85% frente aos R$ 431,10 bilhões arrecadados no mesmo período de 2021.
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