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Lanna Vaughan Romano é advogada e presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB Sumaré

Coluna Direito Médico e da Saúde

A nova regra do jogo na saúde: o que a ADI 7265 significa para quem precisa de tratamento urgente

ADI 7265 E O ACESSO JUDICIAL A MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO

A judicialização da saúde permanece como instrumento fundamental para garantir o acesso a tratamentos indispensáveis, especialmente quando envolvem medicamentos de alto custo, doenças raras ou terapias inovadoras. Nesse cenário, a ADI 7265, julgada pelo Supremo Tribunal Federal, ganhou destaque por esclarecer e não restringir como deve ser feita a avaliação de pedidos relacionados a tratamentos fora do Rol da ANS.

O QUE É A ADI 7265?

A Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 7265 analisa a constitucionalidade das alterações promovidas pela Lei 14.454/2022, que modificou a Lei dos Planos de Saúde ao estabelecer critérios para cobertura de tratamentos que não constam no Rol de Procedimentos da ANS.

Ao contrário do que se divulgou, a ADI 7265 não fechou portas ao paciente. Ela apenas organizou o caminho, indicando quais documentos e fundamentos devem acompanhar os pedidos, o que, na prática, resulta em ações mais claras e decisões judiciais mais seguras.

POR QUE ISSO CONTINUA RELEVANTE?

A maior parte dos medicamentos indispensáveis à sobrevida de muitos pacientes, como Zolgensma, Voxzogo, Keytruda, Enhertu, esketamina, semaglutida e tirzepatida, possui custo inacessível para a maioria das famílias, tornando a intervenção judicial muitas vezes o único meio viável para garantir o tratamento adequado.

OS CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELO STF

A decisão reforçou cinco pontos essenciais que devem constar nos pedidos judiciais:

Imprescindibilidade clínica: o médico deve demonstrar, de forma fundamentada, que o tratamento é necessário e que sua ausência representa risco real de agravamento do quadro.

Inexistência de alternativa eficaz: deve-se comprovar que as opções convencionais já foram utilizadas sem sucesso ou são contraindicadas.

Registro sanitário na ANVISA: a maior parte dos medicamentos de alto custo possui registro; em caso de uso off-label, exige-se respaldo científico consistente.

Incapacidade financeira proporcional: não é necessário provar pobreza, mas sim a incompatibilidade entre o custo do tratamento e a realidade econômica da família.

Adequação terapêutica: o tratamento solicitado deve ser adequado ao diagnóstico e respaldado por evidências clínicas.

Esses critérios não restringem o acesso, apenas tornam mais claras as exigências para que o magistrado possa decidir com segurança.

A IMPORTÂNCIA DE PROCURAR UM ADVOGADO ESPECIALIZADO

O Direito Médico e o Direito da Saúde se tornaram áreas altamente técnicas, exigindo conhecimento específico sobre o Rol da ANS, legislações atualizadas, diretrizes clínicas, produção da prova médica e precedentes dos Tribunais Superiores.

Por isso, é essencial buscar um advogado especializado na área, capaz de orientar o paciente quanto à documentação correta, articular as provas de forma estratégica e conduzir pedidos de urgência com a precisão que casos de alta complexidade exigem.

A atuação especializada aumenta significativamente as chances de êxito, especialmente em situações em que o tempo é determinante para preservar a saúde e a vida do paciente.

Lanna Vaughan Romano é advogada especialista em Direito Médico e Direito da Saúde Presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB Sumaré

E-mail: dra.lannaromano@gmail.com

End.: Rua Dom Barreto, nº1.380, Centro, Sumaré/SP.

Rede social- instagram: dra.lanna_vaughan

 

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