Saúde
Wal da Farmácia: “Está na hora de a nossa secretária de saúde vir dar uma explicação para nós”

Vereadores denunciam falta de remédios e de profissionais de saúde em Monte Mor

Moradores reclamam da falta de médicos nas unidades de Saúde que atendem os bairros Alvorada, Paulista e Colina; oposição articula convocar secretária de Saúde para prestar esclarecimentos na Casa

A vereadora Wal da Farmácia (União) defende que a secretária de Saúde preste esclarecimentos, à Câmara, sobre os problemas da área. Na sessão ordinária, realizada na última terça-feira (16), a parlamentar comentou visitas feitas em unidades de saúde do município. Segundo ela, foi constatada a falta de remédios, de vacinas e, inclusive, de profissionais de saúde.

“Perdemos muitos médicos, dentistas, e [existe] muita reclamação. Falta de medicamentos, novamente”, afirmou Wal, no pronunciamento, sobre visitas feitas em postos do Alvorada/Paulista e Colina, com outros vereadores, na semana passada. “Os médicos estão indo embora. [Poder] Executivo, volte a [pagar a] gratificação dos médicos, não podemos perdê-los”, reivindicou.

Na sessão, Wal ainda comentou que, numa vistoria, foi constatada a falta de vacina para aplicar em uma criança recém-nascida, cuja mãe aguardava atendimento. “Está na hora de a nossa secretária de saúde vir dar uma explicação para nós”, comentou, citando projetos aprovados na Câmara, em regime de urgência especial, para liberar recursos para a saúde. “Fazemos o nosso trabalho”, disse.

Wal comentou a situação dos servidores inativos que tiveram o vale-alimentação suspenso após decisão judicial. Disse que a luta por uma solução para o problema ocorre desde o início do mandato. “Não vamos desistir”, salientou, manifestando expectativa de que a prefeitura cumpra a promessa e apresente uma proposta. “Os aposentados e pensionistas precisam”, destacou.

MULHERES PEDEM AJUDA

Esta semana, vereadores da oposição receberam áudios de mães reclamando do atendimento pediátrico na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Colina. “Meu filho tem 1 ano e três meses e só passou o primeiro mês no médico. Hoje ele está com um monte de manchas no rosto e não posso medicar porque não passei no médico, não fiz exames. Meu mais velho está com problemas que não está comendo, não está engordando. Coisinhas de criança, mas que a gente que é mãe precisa saber se está tudo bem e aqui no Jardim Colina não estamos conseguindo”, relata a moradora.

“No desespero, fui pesquisar um pediatra e são R$ 250. Desempregada, com meu esposo desempregado, sem ter o que comer em casa, como vou arrumar R$ 250 para pagar uma consulta? Fico indo no posto e nunca tem pediatra, a agenda dele está sempre cheia. A última vez agora me disseram que só no ano que vem. Como assim? Pedi um ginecologista e a menina me falou que é só questão de urgência. Como faz? A gente não tem direito nem a médico mais?”, desesperou-se.

Aos prantos, outra moradora relatou que, na consulta, o pediatra mal olhou para seu filho. “Eu falando que meu filho tá com dor no peito quando respira e ele nem pediu um raio-x, e ainda quis me humilhar perguntando há quanto tempo não passo meu filho em consulta. Nem olhou na cara do meu filho, passou o remédio e que se (sic)”, desabafou.

“No Colina fizemos visita, o pediatra atendia 2 horas por semana. No posto Alvorada, sem médicos e dentista, sem medicamentos. Iremos convocar a secretária na Câmara”, afirmou a vereadora Wal. A reportagem do Tribuna Liberal encaminhou os questionamentos sobre a situação relatada sobre as duas UBSs à prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

OUTRO LADO

A Prefeitura de Monte Mor informou, por meio da assessoria de imprensa, que a Unidade de Saúde da Família “Adão Fernandes” - Colina conta com uma médica, que atende a clínica do programa Mais Médicos, um médico ginecologista referência da equipe e um pediatra, sendo que as consultas e os acompanhamentos realizados na atenção básica são programadas. Informou, também, que a Secretaria de Saúde tem em seu planejamento um aumento de profissionais, tendo em vista o aumento da demanda pela desassistência, que ficou na atenção básica em virtude da pandemia, onde os atendimentos básicos ficaram suspensos, priorizando a rede de urgência e emergência.

Afirmou, ainda, que não há falta de vacinas, somente no caso da vacina BCG, que estão fazendo nesta unidade por agendamento. Em relação aos medicamentos, a demanda já passou por processo licitatório e os pedidos foram enviados. A previsão é de que até o dia 31 de agosto os estoques se normalizem.

 

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