Saúde
Critérios do Ministério da Saúde indicam que região deve ficar sem vacina este ano

Região não deve receber vacina contra dengue pelo SUS durante o ano de 2024

Agemcamp cobra prefeituras da região de Campinas a montarem Centro de Operações de Emergências para enfrentar a dengue de maneira conjunta

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Além de estarem fora da lista de municípios contemplados com a vacina contra a dengue, as cidades de Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa, Paulínia e Monte Mor não devem receber o imunizante em 2024, segundo fontes ligadas ao Ministério da Saúde. Isso porque já teria sido determinada a forma de enfrentamento da doença utilizando a vacina mediante três critérios fixos e os municípios já priorizados. A região não deve receber a vacina via governo federal mesmo caminhando para uma epidemia.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina no SUS atende inicialmente a 521 cidades instaladas em áreas endêmicas. A definição dos municípios ocorreu mediante os critérios de: atender cidades de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, cidades em que há elevada transmissão de dengue em 2023 e 2024 e a maior prevalência do sorotipo 2.

Sumaré, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa e Paulínia já não haviam sido contempladas na primeira lista recentemente anunciada pelo governo federal. Serão vacinados com prioridade crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue no país. Os números mostram que, de janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.

Na região de Campinas, os números alertam para a necessidade de cuidado redobrado da população e do poder público no combate à dengue. Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que em janeiro deste ano foram registrados 2.147 casos positivos de dengue na região, número 20 vezes maior comparado ao mesmo período de 2023, quando 102 pessoas pegaram a doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os dados se referem às quatro primeiras semanas epidemiológicas do ano, encerradas no dia 27 de janeiro. Apesar da explosão de casos de dengue na RMC, não houve registro de morte pela doença nas cinco cidades da microrregião.

Segundo infectologistas, o calor intenso e as chuvas dos últimos meses estão entre os fatores que levaram ao aumento significativo de casos da doença na região e em todo o Brasil. Na última semana, o Estado anunciou criação do COE (Centro de Operações de Emergências) de combate ao Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e zika, que reúne diversas secretarias estaduais no combate ao Aedes aegypti. 

Na região, a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas) incentiva e cobra que as cidades da região montem seus próprios COEs municipais para enfrentar a doença de forma articulada e conjunto com prefeitos e secretarias, como a de Saúde e Defesa Civil. A primeira medida adotada no âmbito do COE estadual é a destinação de R$ 200 milhões do tesouro estadual às prefeituras.

VACINA CONTRA A DENGUE ESTÁ MAIS CARA EM SUMARÉ

Em Sumaré, a vacina contra a dengue é comercializada na rede privada. O valor subiu de R$ 379,90 para R$ 420 no PIX cada dose. Alta de 10,5%. O Tribuna Liberal mostrou que desde o segundo semestre do ano passado, a nova vacina contra o vírus da dengue está disponível na rede particular da cidade.

Fabricado pela empresa japonesa Takeda Pharma, o imunizante é disponibilizado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações e protege contra os quatro sorotipos do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Em Sumaré, cada dose custa na faixa dos R$ 379,90 com pagamento à vista.

A ABCVAC (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas) sustenta que o preço da vacina, disponível inicialmente apenas em laboratórios particulares, deve variar até R$ 500 para o consumidor final. 

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