Saúde
Sinsaúde realizou manifestação no Largo do Rosário, em Campinas

Enfermeiros fazem protesto, pedem piso salarial nacional e reforçam greve

Profissionais destacaram a possibilidade de paralisação geral para o dia 10 de março caso o governo não promova a edição de medida provisória; “se a enfermagem parar, quem vai estar nos leitos?”, questionam

 Paulo Medina | Região 

Em uma manifestação em Campinas, enfermeiros da região aderiram ao protesto organizado pelo Sinsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde) e cobraram a efetivação do Piso Nacional da Enfermagem. Os protestos ocorreram no Largo do Rosário. Durante o ato, enfermeiros reforçaram que entrarão em greve geral no dia 10 de março se o governo não editar a medida provisória que define a fonte pagadora do piso.

“Se a enfermagem parar, quem é que vai fazer? Quem é que vai estar no leito cuidando de familiares da população?”, questionaram enfermeiros durante protesto do Sinsaúde. O ato teve como tema “Se a enfermagem parar, quem é que vai cuidar? Piso Salarial já”.

“Se a enfermagem parar quem é que vai cuidar de cada paciente? Vem cuidar de quem cuida, agora precisamos de cuidados, estamos em busca desse direito, dessa conquista, que aguardamos há tanto tempo. Juntos chegaremos lá, pelo piso nacional da enfermagem”, bradaram manifestantes durante o ato. A paralisação desta terça-feira foi convocada pelo Fórum Nacional da Enfermagem, que contou com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

A Lei 14.434, que institui o Piso Salarial da Enfermagem, foi aprovada em 4 de agosto de 2022 e fixou o piso salarial em R$ 4.750 para os enfermeiros, 70% desse valor (R$ 3.325) para os técnicos em enfermagem, e 50% daquele valor (R$ 2.375) para os auxiliares de enfermagem e parteiras. No entanto, em 4 de setembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu por 60 dias os efeitos da lei ao atender o pedido da CNSaúde (Confederação Nacional da Saúde).

O STF solicitou informações sobre os impactos do novo piso nos orçamentos públicos, empregabilidade e na qualidade dos serviços. O prazo acabou em novembro e nada foi feito.

“O trabalhador e a trabalhadora, para terem seus direitos garantidos, precisam ir às ruas, se dedicar e gritar. A CTB está ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras, na luta pela garantia dos seus direitos trabalhistas, salário digno e pelo piso nacional da categoria. É importantíssimo que todos nós estejamos vigilantes, atentos e ao lado da categoria”, afirmou a secretária de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho da CTB, Elgiane Lago.

Com a chegada do novo governo, várias reuniões já foram realizadas com representantes da categoria, da Casa Civil e a ministra da Saúde Nísia Trindade, a fim de negociar os termos da minuta. No entanto, o governo ainda não deu um prazo para solucionar a questão.

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