Mulheres representam a maior parte do eleitorado nas cidades da região

Dados do TRE-SP revelam que a população feminina de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia representa 52,1% dos eleitores contra 47,7 de homens

Mulheres representam a maior parte do eleitorado de Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia. De acordo com levantamento feito pelo Tribuna Liberal, com base nas estatísticas do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), as mulheres formam 52,1% do total de eleitores da região; os homens são 47,7%.

Nas cinco cidades, 543.819 pessoas devem votar no dia 02 de outubro. Os dados, atualizados em junho, mostram que 283.835 mulheres estão aptas a ir às urnas, 24.420 a mais que os homens (259.415).

O fortalecimento da presença feminina é verificado, na região, também nas eleições gerais de 2018, quando o eleitorado feminino era de 51,85% (257.168), contra 48,11% de homens (238.597). Naquele pleito, a região tinha 495.938 eleitores.

Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o eleitorado feminino é maior em todo o Brasil. São mais de 77 milhões de eleitoras no País, o que representa 52,5% do total de 147,5 milhões de eleitores.

Diante desse cenário, o voto feminino pode ser decisivo nestas eleições, aponta pesquisa encomendada pela Revista Veja, divulgada no dia 22 de junho. No levantamento, a economia e a pandemia aparecem entre as principais preocupações das mulheres na hora de definir o voto.

“Os problemas na economia recaem normalmente sobre as mulheres. Elas estão mais preocupadas com a desestruturação da família, pensam no filho desempregado, no marido, nas contas”, aponta a cientista política Nara Pavão, professora da Universidade Federal de Pernambuco, em entrevista à revista.

Iracilda Santos, 50 anos, presidente da ONG Mulheres em Ação, em Hortolândia, afirma que as mulheres vivem um momento de despertar sobre a importância da participação política, resultado, na sua opinião, do trabalho de conscientização realizado nos últimos anos por ONGs, entidades e movimentos feministas. Iracilda também representa as mulheres no Coletivo Representatividade, que atua na defesa dos Direitos Humanos.

“Mais do que nunca, sabemos da importância nossa na sociedade e nos espaços de poder também. Isso desperta o desejo de mudança. Para isso, temos que eleger e confiar em pessoas, mulheres, que nos representam, comprometidas com as nossas lutas e nossas dores”, ressalta Iracilda.

Para a feminista, as mulheres “foram as mais atingidas no período da pandemia” e as que mais sentiram o impacto econômico. “Tivemos que nos virar em mil, além das 10 que já somos no dia a dia: professora, cuidadora e geradora de renda na família”, recorda.

DIREITOS

Igualdade salarial, garantia de direitos sexuais e reprodutivos, combate à violência e ao racismo, homofobia, intolerância religiosa, tráfico de mulheres e escravidão sexual são citados pela ativista como desafios enfrentados pela população feminina e que merecem atenção dos governantes.

“Então, cabe a nós estar nesses espaços (de representatividade) ou eleger pessoas que defendem os nossos direitos. E nós, mulheres, já acordamos para isso”, observa Iracilda.

Eleitoras ainda são minoria em cargos eletivos

De acordo com dados disponibilizados no site do TSE, das 77 milhões de eleitoras aptas a votar nas eleições gerais de 2018 - o que corresponde a 52,5% do total de 147,5 milhões de eleitores-, apenas 9.204 mulheres concorreram a um cargo eletivo. Destas, 290 foram eleitas, um aumento de 52,6% em relação a 2014.

Segundo o TSE, em 2014, foram escolhidas 190 mulheres para assumir os cargos em disputa, o que equivalia a 11,10% do total de 1.711 candidatos eleitos. Já no último pleito, as 290 eleitas correspondiam a 16,20% do universo de 1.790 escolhidos, um crescimento de 5,10% com relação à eleição anterior.

“As mulheres compõem a maior parte do eleitorado brasileiro, mas ainda estão longe de conseguir se eleger na mesma proporção dos homens”, observa o Tribunal.

Para a Câmara dos Deputados, em 2018, foram eleitas 77 parlamentares, um aumento de 51% em relação ao último pleito, quando foram escolhidas 51 mulheres para a casa, informa o TSE. 

Já nas assembleias legislativas, foram eleitas 161 representantes, um crescimento de 41,2% em relação a 2014, quando foram escolhidas 114 mulheres para o cargo de deputada estadual. No Senado Federal, sete mulheres foram eleitas – mesmo número de 2010 – e representam 13% dos parlamentares da casa.

Campanha do Tribunal Superior Eleitoral incentiva participação feminina na política

Desde o dia 21 de junho está no ar, em rede nacional, a campanha do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que incentiva a participação feminina na política. Intitulada “Mais Mulheres na Política 2022”, a campanha ficará no ar até o dia 17 de julho, informa o Tribunal.

Neste período serão exibidos vídeos, spots e cards veiculados em emissoras de TV e rádio, nas redes sociais da Justiça Eleitoral e no Portal do TSE.

Segundo o TSE, se por um lado as mulheres representam 52% da população brasileira, no outro extremo, ocupam apenas 12% das prefeituras, somente 15% do Congresso Nacional e nem 4% nos governos estaduais. “Para 25 governadores homens eleitos, há uma única governadora eleita. Apesar de serem a maioria do eleitorado, o número de candidatas (33,6%) é quase a metade do número de candidatos homens (66,4%)”, compara o órgão.

Para o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, a democracia, para ser plena, tem que apresentar a sua face feminina. “Além da questão da visibilidade das mulheres, há também a questão da efetividade das medidas que visam garantir a elas o acesso e a voz nos espaços da vida política do país. A Justiça Eleitoral está do lado da materialização dos direitos que são inerentes à condição feminina”, destaca.

A campanha Mais Mulheres na Política 2022 também cumpre o artigo 93-A da Lei 9.504/1997 que determina ao TSE a veiculação de propaganda institucional em rádio e televisão, destinada a incentivar a participação feminina, dos jovens e da comunidade negra na política, além orientar sobre as regras do sistema eleitoral. 

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