Política
Promotoria pede que gestão Du Cazellato fiscalize plantio e plano de recuperação ambiental

Ministério Público quer que prefeitura fiscalize plantio de 6,6 mil árvores em Paulínia

Pedido ocorre em ação civil pública que identificou possíveis irregularidades no Estudo de Impacto de Vizinhança de um loteamento em Paulínia; Prefeitura e empresa são processadas pela Promotoria

Da Redação | Tribuna Liberal

A Promotoria de Justiça de Paulínia está solicitando que o prefeito Du Cazellato (PL) determine a fiscalização do plantio de 6,6 mil árvores na cidade, em uma ação civil pública que investiga um loteamento aprovado no município. O documento, assinado pela promotora Fernanda Elias de Carvalho Lucci, aborda diversas obrigações que devem ser cumpridas pela empresa HM 47 Empreendimento Imobiliário Ltda e pela Prefeitura.

Entre as determinações, está a realização imediata de um novo Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do Loteamento Residencial Paulínia e seus cinco lotes derivados. Esse estudo deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar coordenada por profissionais qualificados, conforme os mandamentos legais previstos nas leis municipais e nacionais pertinentes.

Outras obrigações incluem a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental abrangendo todos os empreendimentos discutidos na ação, com prazo estipulado de 90 dias, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00. Além disso, a empresa deve comprovar o cumprimento integral do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, que inclui o plantio das 6.631 mudas de espécies arbóreas nativas, no prazo de 60 dias.

A empresa também é obrigada a atualizar o Cadastro Ambiental Rural do imóvel rural e destinar parte da área remanescente como reserva legal, além de apresentar um Plano de Regularização Ambiental para a restauração da reserva legal, dentro de 120 dias. Outro ponto destacado é a necessidade de apresentar um novo estudo de mitigação dos impactos do empreendimento, incluindo questões relacionadas à pedreira Galvani, futuros moradores, estações elevatórias de esgoto e aterro sanitário da Estre. Esse estudo deve ser acompanhado de propostas adequadas de mitigação, no prazo de 180 dias.

Além das obrigações direcionadas à empresa, o Ministério Público requer que o Município de Paulínia fiscalize regularmente o cumprimento do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, com ações efetivas de autuação e imposição de medidas até o seu cumprimento integral, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00.

O MP identificou possíveis irregularidades no Estudo de Impacto de Vizinhança apresentado para um loteamento em Paulínia. O caso é alvo de uma ação civil pública contra a Prefeitura e uma empresa. Entre as principais falhas destacadas no parecer técnico estão a delimitação inadequada da área de influência do empreendimento, a omissão de informações cruciais sobre a proximidade com uma área de mineração e uma estação de tratamento de esgoto, além da ausência de uma análise detalhada do uso e ocupação do solo na região. Ainda, o MP afirmou que o loteamento investigado deve abrigar volume de pessoas equivalente a 4% da população de Paulínia, percentual considerado elevado.

O parecer técnico elaborado pelo Centro de Apoio Técnico do Ministério Público ressalta que o EIV não contemplou os efeitos positivos e negativos do empreendimento na qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, negligenciando possíveis impactos como ruídos, vibrações, odores e poeira. Além disso, o documento aponta a falta de participação da população na análise e aprovação dos estudos. O MP aponta o descumprimento das leis urbanísticas e ambientais tanto pela HM 47 Empreendimento Imobiliário Ltda quanto pela Prefeitura de Paulínia. Segundo o MP, ambos não atenderam aos requisitos mínimos para elaboração do EIV.

A HM 47 Empreendimento Imobiliário Ltda afirma que sobre o Estudo de Impacto de Vizinhança do empreendimento, a empresa “cumpriu todas as contrapartidas e obrigações impostas pela legislação vigente à época das aprovações do empreendimento, inclusive a realização das audiências públicas necessárias, o que pode ser facilmente comprovado”. A Prefeitura ainda não comentou o assunto.

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