Artesp realiza estudo técnico sobre pagamento de pedágios com PIX

O entrave tem sido os fatores técnicos, como sinal de internet e confirmação imediata do pagamento

O PIX, a modalidade que permite a transferência instantânea de valores entre pessoas físicas e jurídicas pelo internet banking, veio para mudar as relações entre clientes e bancos. E, agora, esta nova modalidade está na mira da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), que confirmou estudo para permitir o pagamento com PIX nas praças de pedágio do Estado.
“A Artesp esclarece que está em análise técnica a diversificação ainda maior de meios de pagamento nas praças de pedágio da malha viária concedida, incluindo estudos sobre a viabilidade do pagamento via PIX, considerando-se as dificuldades deste meio em função da prática em campo, nas estradas, como as de obtenção de sinal de internet, de confirmação imediata do pagamento realizado para pronta liberação da cancela e de identificação do emissor e receptor do pagamento”, esclareceu a agência, em nota solicitada pela reportagem do Jornal Tribuna Liberal.
Além disso a agência informou que todas as praças de pedágios do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo contam com variadas modalidades de pagamento como: automático, por meio das tags dos veículos; manual, com dinheiro; vale-pedágio (mais utilizado pelos veículos comerciais). “Atualmente, existe uma modalidade de pagamento semiautomático, disponível nas praças de pedágio da Viapaulista, da Entrevias e da EixoSP, que faz uso de um cartão específico de cada uma das concessionárias, no qual o usuário deposita créditos para desconto da tarifa a cada passagem por uma praça de pedágio. Também está em estudo a propagação do pagamento através de cartão de crédito ou débito, inclusive com a realização de projetos-pilotos nas concessionárias Ecovias e Ecopistas”, trouxe a nota da Artesp.
Procurada, a Concessionária Rota das Bandeiras informou que atualmente são disponibilizadas as formas oficiais para pagamento da tarifa do pedágio, conforme previsto no contrato de concessão: dinheiro, Vale Pedágio e cheque no valor da tarifa nas pistas de cobrança manual e dispositivo TAG em pistas automáticas.
“Neste momento, também está em fase de testes internos a implantação de pagamento semiautomático. Para esta modalidade, quando os testes estiverem concluídos e o sistema implantado, o usuário poderá usar cartões pré-pagos para fazer o pagamento da tarifa nas passagens pelas praças de pedágio administradas pela Concessionária. Com relação ao pagamento por meio do PIX, não há estudos em andamento para que o mesmo se transforme em mais uma modalidade de pagamento para a tarifa do pedágio”, esclareceu a Rota das Bandeiras, que administra o Corredor Dom Pedro, como a Rodovia Dom Pedro, em Campinas, e Zeferino Vaz, em Paulínia.
A concessionária CCRAutoBan, concessionária dos sistemas Anhanguera/Bandeirantes, informou que as praças de pedágio aceitam os seguintes meios de pagamento: dinheiro, cheque, vale pedágio e cobrança automática (TAG). O PIX não é aceito como meio de pagamento.

Especialista aponta dificuldades para colocar operação com PIX em prática
O professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, Creso de Franco Peixoto, apontou alguns obstáculos para colocar em prática o pagamento do pedágio com transferência pelo PIX.
“Quem passa o PIX, o que tem que fazer? Primeiro é acessar o celular. Começa aí uma ação física, onde o pegar o celular já é algo desaconselhado para quem tem uma mão na direção e solta dela para pegar o celular. É uma questão cultural, mesmo sendo parado no pedágio. Para de olhar para a cabine e vai olhar para o celular”, mencionou o especialista.
Além disso, explica o professor universitário, precisa haver uma transferência de senha numérica. Tem uma informação de valor e transferência e aí efetiva-se a transação. “E aí o tempo que leva para fazer o PIX tem que ser rápido. Só que na operação clássica do pedágio manual eu creio que não haveria uma diferença de tempo positiva, ou seja, que ganhe tempo efetivamente. Teria que pesquisar. Se ele demorar alguns segundos a mais em média apenas aumenta também a extensão da fila de parada e aí tem questões que envolvem o contrato, quanto a questão da qualidade do atendimento do usuário. Portanto, eu não creio que autorização para PIX para pedágio seja algo adequado no presente instante. Pode ser que alguma transformação possa ser feita”, comentou Creso.

Creso de Franco Peixoto, professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp

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