Polícia
Megaoperação deflagrada pela Polícia Federal e policiais do Baep prendeu dois suspeitos na região

PF realiza operação contra ‘traficantes de luxo’ em Sumaré e Nova Odessa

Grupo criminoso foi desmantelado após movimentar mais de R$ 50 milhões e utilizar equipe de futebol da região para lavagem de dinheiro, destaca operação ‘Torre Eiffel’

Cézar Oliveira | Tribuna Liberal

A PF (Polícia Federal) e o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) realizaram uma megaoperação contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nesta terça-feira (28), em cidades da região como Sumaré e Nova Odessa. Em ambos os municípios houve prisão. 

A operação intitulada de “Torre Eiffel” foi deflagrada em 14 municípios do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Ao todo, 15 mandados de prisão foram cumpridos, além de 40 mandados de busca e apreensão. Uma equipe de futebol da região foi utilizada para lavagem de dinheiro, segundo as apurações.

De acordo com os policiais federais, o grupo criminoso investigado é suspeito de movimentar mais de R$ 50 milhões com o tráfico de drogas nos últimos dois anos. Foram apreendidos armas, materiais para refino, embalo e preparo das drogas, além de veículos de luxo. Ao todo, 200 policiais participam do trabalho.

No bairro Jardim Volobueff, em Sumaré, foi cumprido mandado de busca e apreensão, onde foi localizado e abordado um indivíduo. Em revista pessoal, nada de ilícito estava em posse dele. Já no estabelecimento, com apoio das viaturas do Baep com cães, foram localizados equipamentos, maquinário e apetrechos, tais como, prensa hidráulica, embaladora automática, liquidificadores, peneira, rolos de plástico filme, utilizados para preparo, refino e embalo de cocaína, além de algumas porções de cocaína, preparadas para comercializar. 

Diante dos fatos, o delegado de Polícia Federal deu voz de prisão ao indivíduo. A equipe da PF conduziu o indivíduo, equipamentos, maquinário e apetrechos até à Delegacia de Polícia Federal de Piracicaba, onde ele permaneceu à disposição da justiça.

No bairro Campos Verdes, em Nova Odessa, foi cumprido um mandado de prisão e busca e apreensão, onde um indivíduo poderia estar escondido na residência de sua irmã. A equipe se dirigiu ao local e localizou o suspeito, que foi informado sobre a existência de um mandado de prisão contra ele, sendo conduzido à delegacia, onde permaneceu.

Equipes do Baep apoiaram o cumprimento de três mandados em endereços de Santa Bárbara D’Oeste, onde constavam mandados de busca e prisão.

Na cidade de Americana, os mandados foram cumpridos nos bairros Jardim da Balsa, no Jaguari e no Jardim Nossa Senhora do Carmo. Em Piracicaba, no Bosque dos Lenheiros e na Vila Independência.

Os presos vão responder por vários crimes relacionados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, com penas máximas de até 30 anos de reclusão. Os presos foram conduzidos para unidades prisionais da região em que foram detidos.

BASE

A cidade de Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo, era mantida como base, com duas empresas suspeitas - um hotel e um centro de estética. As duas lojas eram do líder do grupo e usadas para lavar dinheiro para o tráfico. A esposa dele é sócia nessas empresas, e apresenta movimentações financeiras atípicas. Dois homens foram presos nessa cidade.

Na cidade de Jales, o grupo utilizava empresas de mototáxi e um restaurante para lavar dinheiro ilícito. Também faziam agiotagem e transações de imóveis e de veículos de luxo. Dois empresários foram presos.

As investigações mostram que nos últimos dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 50 milhões em transações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas, usando contas de empresas adquiridas pelo líder do grupo e de “laranjas”. Foram identificados ainda açougue, hotel, supermercado e até mesmo patrocínio de um time de futebol em Americana.

A investigação também apontou a ligação do líder do grupo com facções criminosas. Entre os detidos está a esposa do líder, advogada que, acredita-se, usava sua posição para atender aos interesses do marido e da organização, especialmente em relação a detentos vinculados ao grupo no sistema prisional paulista.

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