Polícia
Walter Tato: “Jamais ocorreu esse tipo de conduta da minha parte”

Candidato a deputado federal Walter Tato é preso em investigação por crimes sexuais em Hortolândia

Político do Podemos foi acusado de assédio por mulher que trabalhou para ele na campanha a prefeito em 2020; defesa alega inocência, mas Justiça mantém prisão em audiência de custódia

O candidato a deputado federal Walter Tato (Podemos), foi preso por policiais militares do 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na noite desta quarta-feira (14), após o cumprimento de mandado de prisão preventiva por tentativa de estupro, em Hortolândia. Ele foi conduzido ao Plantão Policial e depois transferido à Cadeia Pública de Sumaré.

Os policiais de Ações Especiais localizaram o acusado na Avenida Santana, no Jardim Amanda, em frente ao comitê de campanha do candidato. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Hortolândia, que apura conduta de crimes de estupro e importunação ofensiva ao pudor supostamente praticados por Tato contra uma mulher que trabalhou para ele nas eleições de 2020, quando ele se candidatou a prefeito de Hortolândia. Na época, a mulher tinha 21 anos.

“Não existe nenhuma prova sobre o caso. A denúncia foi baseada em relatos”, disse a advogada Raquel Sales, que defende Tato. Segundo ela, o caso vinha sendo acompanhado e, inclusive, ela já tinha entrado com um habeas corpus preventivo, que está para ser analisado. “Ele foi liberado para fazer a campanha e estava atuando normalmente. No entanto, essa prisão aparece em plena reta final? Consideramos absurda a situação”, completa a advogada.

Em audiência de custódia, nesta quinta-feira (15), a 1ª Vara Criminal de Hortolândia manteve a prisão do candidato. Tato foi transferido para o Presídio de Sorocaba. 

Walter Tato se diz vítima de ‘armação política’

Em entrevista ao Tribuna Liberal em fevereiro de 2021, Walter Tato (Podemos) se defendeu das acusações. Ao comunicar o caso à polícia, em 12 de fevereiro de 2021, a jovem contou que começou a trabalhar com o então pré-candidato em agosto de 2020, em uma sala comercial da cidade, onde atuava como assistente, cuidando da organização da agenda política de Tato, entre outras atividades. Ela afirmou que só aceitou o emprego porque o político era conhecido da família.

A conduta do candidato contra ela teria começado dias depois do início do trabalho, com atitudes que a deixavam constrangida e evoluíram para contatos físicos, com beijos e toques em seu corpo sem permissão. A mulher afirmou que sempre repudiou e repreendeu o então chefe sobre tais atos, que se repetiam.

Na noite de 20 de outubro, segundo o boletim de ocorrência, a moça aceitou carona do político para ir ao apartamento onde ele morava com a companheira para retirar um medicamento para seus pais. Segundo a jovem, Tato teria praticado ato obsceno a caminho do local e, quando estavam sozinhos no imóvel, ele teria tentado agarrá-la. A denunciante disse à polícia que só não aconteceu nada pior porque seus pais a aguardavam na portaria do condomínio e que, assim, conseguiu se desvencilhar e descer ao encontro deles. A jovem justificou que não comunicou o caso à polícia na ocasião por vergonha.

À época, Walter Tato afirmou ao Tribuna Liberal que tomou conhecimento da acusação por meio do boletim de ocorrência. Ele negou veementemente as acusações e questionou o tempo passado entre a data do suposto fato e a denúncia (quase quatro meses). “Jamais ocorreu esse tipo de conduta da minha parte. Minhas ações durante a campanha e também durante toda minha vida sempre foram pautadas com respeito às pessoas e principalmente às mulheres”, afirmou o então ex-candidato.

Na época, ele garantiu estar sendo envolvido em uma armação política. “Atualmente ela (a jovem) integra um grupo de pessoas que são meus adversários políticos. Sua mãe usa as redes sociais para me atacar, caluniar e me atingir com postagens que insinuam maldosamente que eu faltei com respeito e contradizendo o que a própria filha declarou no boletim de ocorrência”, disse ele.

Tato afirmou que, após a derrota na eleição, passou a ser pressionado pelo grupo a pagar valores acima do combinado na campanha, além de ser alvo de postagens mentirosas em redes sociais, algumas dirigidas à direção estadual de seu partido. Segundo ele, chegaram a pedir sua destituição do cargo de presidente da sigla.

“Tenho provas como ‘prints’, gravações telefônicas e conversas de WhatsApp que demonstram a real intenção das pessoas que estão me acusando injustamente. Coloco o meu celular à disposição da Justiça, o que espero que seja feito por todos os envolvidos. Peço a todos para que tirem suas próprias conclusões e não façam juízo precipitado, como é comum nas redes sociais. Para tanto, existe lei e Justiça”, concluiu. Na ocasião, ele disse que tomaria as medidas cabíveis para preservar sua honra.        

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