Economia

Exportações e importações aumentam e movimentam US$ 4,58 bi na região

Com alta de 42,5% no valor exportado em relação aos primeiros seis meses de 2021, Paulínia lidera ranking de vendas para o exterior; falta de insumos derrubou importações em Hortolândia, Nova Odessa e Sumaré

As vendas de empresas da região para o exterior cresceram 32,9% no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. Juntos, os municípios de Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia e Sumaré exportaram US$ 816,9 milhões em mercadorias nos primeiros seis meses de 2022, ante US$ 614,6 milhões contabilizados entre janeiro e junho de 2021. As importações caíram em três das cinco cidades, mas fecharam o período com aumento de 26,5%.

Responsáveis por 84,7% do volume exportado pelo bloco regional, Paulínia e Sumaré despacharam US$ 692 milhões em produtos para outros países. Os parques industriais instalados nos municípios se destacam na produção de máquinas, aparelhos mecânicos, peças, plásticos e seus derivados, além de produtos químicos e orgânicos transformados.

Segundo o balanço da Comex, o maior aumento nas exportações foi registrado em Paulínia. Em um dos maiores polos petroquímicos do país, as exportações aumentaram 42,5% no período, saltando de US$ 337,5 milhões em 2021 para US$ 480,9 milhões este ano.

Sumaré ficou na segunda posição do ranking, com alta de 25,2%, passando de US$ 168,6 milhões para US$ 211,1 milhões. Na sequência, vêm Nova Odessa (21,2%), Hortolândia (15,7%) e Monte Mor (7%).

Na avaliação do diretor da Regional Campinas do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), José Henrique Toledo Corrêa, a elevação das exportações, associada a outros indicadores, ratificam a retomada industrial e a evolução da economia na região de Campinas, após o ápice da pandemia de Covid-19.

Segundo Pesquisa de Sondagem Industrial divulgada pelo Ciesp na terça-feira (26), a estabilidade no nível de emprego foi apontada por 83% das empresas e o nível de utilização da capacidade instalada de produção (de 70,1% a 100%), por 57% das associadas,

O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região, incluindo Hortolândia, Paulínia e Sumaré.

IMPORTAÇÕES

Paulínia também se destacou entre os municípios importadores, com US$ 2,67 bilhões negociados com fornecedores estrangeiros nos primeiros seis meses de 2022. O volume foi 45,6% maior que o contabilizado no 1º semestre do ano passado, de US$ 1,8 bilhão.

Para o diretor de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, a guerra entre Rússia e Ucrânia - que completou cinco meses no domingo passado (24) - influenciou o desempenho de polos industriais como o de Paulínia.

“Apesar de termos reduzido praticamente a zero as importações provenientes da Ucrânia, houve uma compensação com o aumento das importações da Rússia, provavelmente para indústria de fabricação de adubo”, avaliou Riso.

Com exceção de Monte Mor, onde as importações também subiram, Hortolândia (-0,8), Nova Odessa (-13,4) e Sumaré (-8,6) registram queda nas compras externas em 2022. As cinco cidades importaram US$ 3,76 bilhões em produtos entre janeiro e junho, montante 26,5% superior ao do ano passado, de US$ 2,97 bilhões.

A corrente de comércio exterior do bloco regional (soma de importações e exportações) no 1º semestre de 2022 foi de US$ 4,58 bilhões, cifra 27,6% maior que a acumulada nos primeiros seis meses do ano passado - de US$ 3,59 bilhões.

Falta de insumos derruba importações em três cidades

Efeito da pandemia de Covid-19, a escassez de peças e insumos como semicondutores [componentes eletrônicos usados na montagem de veículos] no mercado internacional é uma das causas da queda nas importações feitas por empresas de Hortolândia, Nova Odessa e Sumaré. A avaliação é do economista Nelson Luís de Souza Corrêa.

“São cidades que têm o polo automobilístico como grande geradora de emprego e renda. Este ano, as indústrias têm sofrido muito com a falta de semicondutores e outros insumos chineses, o que diminuiu o volume importado”, explicou o economista, que é pós-graduado em comércio exterior, coordenador do curso de logística da Fatec (Faculdade de Tecnologia) Americana e professor na Fatec Sumaré.

Já o desempenho de Paulínia, que abriga a maior refinaria do país, está ligado - além da variação cambial - ao aumento dos valores de insumos de petróleo. “O Brasil exporta petróleo bruto e importa petróleo bruto para refinar no Brasil. A elevação de preços no mercado internacional acaba provocando essa alta no valor exportado”, afirmou Corrêa, destacando o crescimento das exportações (42,5%) e importações (45,6%) no município..

De acordo com Nelson Corrêa, o aumento no valor exportado por empresas da região no primeiro semestre está relacionado à elevação dos preços e à variação cambial.

“Entre 2021 e 2022, a cotação média do dólar caiu de R$ 5,34 para R$ 5,06. Em função disso, o produto brasileiro ficou mais competitivo no mercado internacional e foi mais procurado pelos importadores”, explicou o economista. 

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