Educação
Em ato de greve, professores e funcionários da Etec criticam defasagem nos salários e pessoal

Professores expõem déficit de pessoal da Etec em Nova Odessa

A Etec está com dificuldades para contratar professores. Em Nova Odessa, já não temos profissionais para todas as disciplinas’, afirmou porta-voz da classe, José Gomes da Silva

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Professores e funcionários da Etec (Escola Técnica Estadual) Ferrúcio Humberto Gazzetta, de Nova Odessa, que estão em greve desde a última semana, fizeram um ato na sessão da Câmara Municipal nesta segunda-feira (14) e solicitaram “apoio” na intermediação da pauta de reivindicações junto a deputados e também ao Governo do Estado de São Paulo. Além do reajuste, a categoria expôs haver déficit de professores na unidade de Nova Odessa. Mais de 500 estudantes foram prejudicados.

O porta-voz dos profissionais foi o professor José Gomes da Silva Neto que, entre outros assuntos, abordou a necessidade de revisão dos salários pagos aos docentes. “A Etec está com dificuldades para contratar professores. Em Nova Odessa, já não temos profissionais para todas as disciplinas. “De 2014 até agora, o aumento nos salários foi de 15,77%. A inflação no período foi de 69,67%”, disse.

Representante do movimento em Nova Odessa, a professora Vanessa Lemos apresentou a pauta de reivindicação dos professores.Entre as solicitações, estão o reajuste linear nos salários de 53,23% a partir de 1º de março; revisão do plano de carreira; pagamento imediato de bônus resultado e garantia de manutenção do Centro Paula Souza e dos serviços prestados.

“Muitos professores, quando ficam sabendo dos salários oferecidos, perdem o interesse em integrar o quadro de servidores da Etec. Assim, muitos docentes desistem e isso acaba gerando uma falta de trabalhadores ou sobrecarregando outros, que acabam prestando serviços em várias instituições”, afirmou Vanessa. “A revisão do plano de carreira é necessária para valorizar e promover a motivação dos profissionais para melhorar ainda mais a qualidade de ensino”, disse.

“Também entendemos que transferir o ensino técnico para a rede estadual de ensino – como está sendo proposto pelo Estado – é o mesmo que sucatear as Etecs. Entendemos que isso é muito complexo, tanto pela falta de estrutura, quanto de pessoal preparado. As Etecs já existem, por que não manter o ensino profissional nelas?”, questionou.

A preocupação dos professores é a manutenção do ensino de qualidade nas Etecs. “Já garantimos um serviço de qualidade há mais de 50 anos nas Etecs e a transferência não iria manter a mesma qualidade, por isso somos contrários ao projeto”, completou. Aos parlamentares, os docentes solicitaram a elaboração de uma moção de apoio ao movimento grevista. O documento já foi solicitado pelo vereador Antônio Alves Teixeira, o Professor Antônio (PSD).

OUTRO LADO

Questionado na noite desta segunda-feira, o Centro Paula Souza informou que a adesão à paralisação atingiu 13% dos professores, de acordo com dados referentes aos três turnos de aulas da sexta-feira (11) nas Etecs e Fatecs. O Centro Paula Souza, porém, não informou qual o déficit exato de professores na unidade em Nova Odessa. O posicionamento é que “trabalha para valorizar os servidores da instituição”.

“A atual gestão, já em seu primeiro ano de governo, concedeu um reajuste acima da inflação para os servidores públicos. O estudo para o novo Plano de Carreiras dos servidores está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. A proposta do novo plano de carreira será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas. A instituição adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados”. 

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