Economia
Na pandemia, produção foi reduzida em 80%, volume foi parcialmente recuperado em 2021 e este ano

Expectativa de vendas de flores cresce neste primeiro Finados pós-pandemia

Procura nesta data, que representa a segunda mais relevante do calendário do setor, está maior que a registrada em 2021, apontam produtores de Holambra

O primeiro Dia de Finados do período pós-pandemia deve apresentar um volume de vendas de flores de corte e envasadas entre 8% e 10% superior ao registrado em 2021, apesar do segundo turno das eleições, neste domingo (30), impactar, ainda que em parte, a comercialização das espécies clássicas do período, como crisântemo, mini crisântemo, kalanchoe e kalandivas. Isto porque o fim de semana que antecede Finados, celebrado em 2 de novembro, tem sempre uma importante representatividade no volume de vendas. Sem poder se deslocar, devido às eleições, parte das visitações antecipadas não deve ocorrer.

Somado a isso, este ano Finados cai em uma quarta-feira, bem no meio da semana. Mesmo assim, produtores do Ceaflor, mercado de flores, decoração e paisagismo da região de Holambra, apostam nas encomendas feitas por floriculturas, supermercados e pelos tradicionais pontos eventuais de vendas de flores nos cemitérios.

Essa proximidade das datas de Finados e das eleições 2022 é acentuada por outra realidade que vem influenciando bastante a comercialização de flores em Finados, caso da mudança no hábito de visitar cemitérios, um costume muito associado a pessoas mais velhas e que não vem sendo repetido pelas mais jovens. “Durante a pandemia, as pessoas deixaram de ir aos cemitérios por questões sanitárias, mas agora que tudo vem sendo normalizado, o retorno ao antigo hábito por não acontecer na mesma medida”, comenta o produtor Dirceu Hasimoto, da Mix Flores (Atibaia). Segundo ele, na pandemia a produção foi reduzida em 80%, volume que foi parcialmente recuperado em 2021 e este ano, mas os índices ainda estão aquém do que foi ofertado em 2019.

Produtora de crisântemos na região de Atibaia, Hilda Yscava diz que conteve em 10% a sua produção para este Finados porque, além da questão das eleições atrapalharem a ida das pessoas aos cemitérios no domingo que antecede a data, e do costume de levar flores aos cemitérios ser bem menor que antes, as pessoas estão gastando menos, talvez receosas com a situação econômica. “Os tradicionais pontos de venda de flores nos cemitérios, assim como as floriculturas, têm mais dificuldade de concorrer com os supermercados que, pelo volume que são capazes de movimentar, têm preços melhores”, diz.

Já a outra produtora de crisântemos, kalanchoes e kalandivas, Sandra Yscava, conta que colocou à venda este ano a mesma quantidade produzida em 2021, com exceção do crisântemo pote 15, cuja oferta está um pouco menor. Segundo ela, a procura por Kalanchoes e Kalandivas, em especial pote 11, que são menores e têm preços mais em conta, está aquecida como no período pré pandemia.

Historicamente, a venda de flores em Finados representa a segunda melhor data para o mercado de flores e plantas, ficando atrás apenas do Dia das Mães. Enquanto não volta totalmente o volume de vendas anterior à pandemia, produtores crisântemo, mini crisântemo, kalanchoe e kalandivas estão mudando o alvo e trabalhando muito mais outros segmentos, como os de Garden Centers e de decoração de festas e ambientes. “Pela diversidade de cores, durabilidade e preços competitivos, essas flores têm forte apelo na decoração e nos arranjos de shopping centers, hotelaria e restaurantes. É mais uma questão que o mercado de flores aprendeu com a pandemia: a de se reinventar, reposicionando produtos, dando a eles novos lugares”, destaca Antonio Carlos Rodrigues, presidente do Ceaflor.

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