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Viana: A única forma de vender, comprar ou alugar um imóvel de modo seguro é com corretor do Creci

Creci-SP faz alerta para golpe do falso fiador no mercado imobiliário

Para evitar novas fraudes, o Conselho disponibiliza no seu portal uma lista de pessoas que tiveram os documentos clonados por estelionatários e, sem saber, passaram a ser “fiadores” para locação de imóveis

Beth Soares|Tribuna Liberal 

O golpe do falso fiador continua fazendo vítimas no mercado imobiliário. O alerta é do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) que abrange as cidades da região - Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia. Para evitar novas fraudes, o Conselho passou a disponibilizar no seu portal, o www.crecisp.gov.br, uma lista de pessoas que tiveram os documentos clonados por estelionatários e, sem saber, passaram a ser “fiadores” para locação de imóveis.

De acordo com o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, o ícone de consulta “Golpe da Fiança” foi disponibilizado no portal como prestação de serviço para as pessoas que vão alugar um imóvel e precisam de fiador não caírem no golpe.

Atualmente, o site tem uma relação com, pelo menos, 200 pessoas que já foram utilizadas como fiadores profissionais por criminosos. “Então, é importante quando for aceitar um fiador profissional, conferir lá no site do Creci se o nome dele aparece nessa lista das vítimas de fraude. Se o nome estiver lá, é evidente que é golpe porque a pessoa não é fiadora”, alerta Viana Neto.

E como é realizado o golpe do fiador? O Creci explica. Estelionatários se utilizam de dados pessoais e financeiros de pessoas que perderam documentos, como RG ou carteira de habilitação, ou foram furtados. Após clonar esses documentos, colocam anúncios na mídia oferecendo-se como fiadores profissionais, cobrando preços abaixo do mercado.

As vítimas dos fraudadores são pessoas que tiveram o documento clonado, o dono do imóvel e o inquilino. A orientação do Creci-SP é que, ao descobrir o golpe, as vítimas procurem a polícia, o Procon (órgão de defesa ao consumidor) e, também, o Conselho.

O advogado especialista em direito imobiliário, Julio Cesar Sanchez, ensina, em seu canal no YouTube, os cuidados que devem ser tomados para evitar cair no golpe do falso fiador.

“Todo mundo sabe, corretores, advogados, locadores, locatários que no centro das grandes metrópoles se encontra, com facilidade, empresas ilegais vendendo o serviço de falso fiador, então, tem que tomar cuidado. O primeiro passo é ligar para a pessoa. Quando alguém se dispõe a ser fiador tem que ter anuência, ciência desse fato”, alerta o especialista.

Além disso, continua o advogado, o contrato deve ser assinado pelo fiador no escritório da imobiliária, com firma reconhecida e assinatura autenticada pelo cartório. “E, se possível, entre em contato por telefone ou pessoalmente com o fiador, só assim, você, locador, imobiliária não cairá no golpe do falso fiador, campeão no que diz respeito à relação locatícia. É preciso cuidado”, alerta Sanchez.

VENDA

Os golpes no mercado imobiliário vão além da locação de imóveis. Segundo o Creci-SP, a ação dos estelionatários se estende à venda de propriedades na mesma proporção.

“Os estelionatários entram nos sites das imobiliárias e copiam, roubam as fotografias, produzem anúncios com vantagens irreais, preços excepcionalmente bons e disponibilizam na internet. São imóveis que realmente existem (se a pessoa for conferir vai ver que tem aquele imóvel naquela rua, naquele endereço). Só que ele (estelionatário) não está autorizado a vender ou alugar”, alerta o presidente do Conselho.

“Aí o golpista faz uma oferta muito boa e as pessoas, para não perderem o negócio, acabam fazendo Pix, dando um sinal. E está consumado o golpe. Tirou o dinheiro, até logo. O golpista não atenderá mais a vítima”, completa Viana Neto.

SEM ESTATÍSTICA

O Creci não tem dados estatísticos sobre denúncias de golpes aplicados no mercado imobiliário. Segundo o Conselho, a maioria das vítimas denunciam à polícia e ao Procon , o que dificulta ao Creci reunir dados para ter um panorama consistente da quantidade desse tipo de crime.

“Por isso, orientamos que as pessoas também façam a denúncia ao Creci para tomarmos as providências e, aquilo que foge da nossa alçada, nós encaminhamos ao Ministério Público para investigar os fatos. É importante que essa comunicação seja feita também no site do Creci”, orienta o presidente do Conselho.

Para ter acesso à lista das pessoas que tiveram seus documentos clonados e foram vítimas de fraudes, basta entrar no site do Creci-SP, clicar no botão de Serviços, depois na Página do Cidadão e no ícone Golpe da Fiança.

Pesquisa de imóvel no Portal do Creci garante negócio seguro

No Portal Creci Brasil (www.portalcreci.org.br), as pessoas podem pesquisar imóveis para venda e locação, com a certeza de uma negociação segura, segundo Viana Neto. O presidente do Creci-SP informa que são mais de 700 mil imóveis cadastrados, de todos os Estados do Brasil, a maior parte localizada no Estado de São Paulo.

“No Portal Creci Brasil, as únicas pessoas autorizadas a fazer publicação são corretores de imóveis, previamente identificados pelo Conselho Regional de Imóveis de cada Estado. Assim, temos a garantia da identidade de quem está colocando aqueles anúncios, o que não acontece nos portais privados onde estelionatários fazem anúncios falsos e acabam levando algum tipo de vantagem cometendo crime, pegando dinheiro e causando prejuízo às pessoas. No portal do Creci não há risco de golpe”, garante o especialista.

Mais de 18 mil corretores de todo Brasil anunciam propriedades para venda e locação no Portal Creci Brasil. “A única forma de vender, comprar ou alugar um imóvel de modo seguro é com um corretor do Creci, que verificará toda a legalidade da documentação, as formalidades. Assim o proprietário ou locatário terá tranquilidade”, orienta Viana Neto.

Ele observa que “a transação imobiliária é extremamente complexa, cheia de detalhes que passam despercebidos pelas pessoas que não são do ramo”. “Já vi advogados, engenheiros, policiais terem prejuízo porque não é um negócio que se faz todo dia”, assinala.

“Às vezes, está ali (no investimento) anos e anos de sacrifício, economizando na compra de alimento, remédio, roupa, passeios, escola, para ter o dinheiro em mãos e realizar o sonho da casa própria. E, de repente, vê-lo perdido 100% na mão de um marginal, sem jamais ser recuperado, é muito triste”, comenta o presidente do Creci-SP. Além do portal, o Conselho oferece um aplicativo com informações ao cidadão, também gratuito. 

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