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Explosão de compressor usado para destruir rochas durante obra foi investigada pelo MPT

Consórcio faz acordo com MPT para pagar indenização por morte em obra em Paulínia

Explosão no complexo viário João Aranha, sobre o Rio Atibaia, deixou um funcionário morto e outro ferido em 2021; famílias já receberam R$ 525 mil

Paulo Medina| Tribuna Liberal

O Consórcio Cidade/Paulitec formalizou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT (Ministério Público do Trabalho) se comprometendo a pagar R$ 100 mil por dano moral coletivo depois da explosão que causou a morte de um operário e deixou outro ferido em meio às obras do complexo viário João Aranha, sobre o Rio Atibaia, em Paulínia, em novembro de 2021.

Segundo o MPT, a família do operário morto recebeu R$ 320 mil e ao trabalhador sobrevivente foi pago R$ 205 mil. No TAC, o Consórcio Cidade/Paulitec assumiu diversas obrigações, visando garantir a segurança de trabalhadores envolvidos em atividades de fragmentação de rochas.

Algumas das principais obrigações incluem o compromisso de permitir que as atividades de fragmentação de rochas sejam executadas exclusivamente por trabalhadores qualificados e especializados, evitando a participação de funcionários contratados para outras funções, como perfuração de rochas; garantia, na condição de contratante, das condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores; o consórcio se comprometeu a informar os riscos ocupacionais e as medidas preventivas adotadas pela empresa; e concordou com o pagamento de R$ 100 mil em duas parcelas mensais de R$ 50 mil a título de dano moral coletivo.

O valor da indenização será revertido na compra de uma viatura para a Polícia Federal, de acordo com o MPT. O TAC, assinado pela procuradora do Trabalho, Clarissa Ribeiro Schinestsck, estabelece que o descumprimento das cláusulas acordadas resultará em multa no valor de R$ 30 mil por item.

Segundo o MPT, três TACs chegaram a ser firmados. Um com o consórcio e os outros com mais duas empresas envolvidas. O acordo ocorre depois que o MPT abriu inquérito civil e investigou a Prefeitura de Paulínia e o Consórcio Paulitec pela morte do operário. Um funcionário morreu e outro ficou ferido.

O acidente se refere à explosão de um compressor utilizado para destruir rochas durante as obras do complexo viário, no dia 23 de novembro de 2021. O sobrevivente sofreu queimaduras de segundo grau e ficou internado no Hospital Municipal de Paulínia na época. O complexo viário liga o João Aranha ao bairro Monte Alegre.

VALORES PARA AS FAMÍLIAS

Para a família do trabalhador que faleceu foi pago o valor de R$ 320 mil após uma reclamação trabalhista individual. Ao segundo trabalhador que se acidentou, mas sobreviveu, foi pago o valor de R$ 205 mil, também em um processo que ele mesmo moveu.

“O MPT participou das negociações com as empresas para chegar a esses valores nos individuais”, informou o MPT ao Tribuna Liberal. Na época, a empresa afirmou que colaborava com as apurações e que prestou atendimento às famílias dos envolvidos, lamentando os acidentes.

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