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Presidente do sindicato, delegada Jacqueline pede contratação de 100% dos aprovados em concurso

Concurso não deve zerar déficit nas delegacias de Sumaré e região

Sindicato dos Delegados critica falta de melhores salários e alerta que se Estado não elevar os valores, ‘continuará perdendo bons profissionais’ para outras localidades

 Paulo Medina | Tribuna Liberal 

As inscrições para o concurso público da Polícia Civil paulista, com 3,5 mil vagas, começaram. No entanto, o certame não vai recompor os quadros da instituição, que tem déficit de 46% para delegados na área da Delegacia Seccional de Americana, que atua em Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa e Monte Mor. O déficit de policiais civis na ativa atinge 60%. A região, segundo o sindicato, atua com 27 delegados, enquanto há 58 cargos vagos. As informações e análise são do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).

Segundo o sindicato, com salários que estão entre os piores do país, boa parte dos concursados tem preferido atuar em estados com melhor remuneração, diz a presidente do sindicato, delegada Jacqueline Valadares. Como alternativa para atenuar a falta de delegados, além do novo certame, o Sindpesp defende a contratação de todos os aprovados no último concurso, aberto em fevereiro de 2022, e que, só agora, um ano e meio depois, está na reta final, aponta o sindicato.

 “Se somarmos todo o contingente, com 382 aprovados no concurso em andamento, entre as 250 vagas, os 132 excedentes, e as 552 vagas abertas no novo certame, chegaremos a 934 novos delegados de polícia, o que ainda é insuficiente para preencher os 993 postos em aberto. Se o Estado não chamar os excedentes, mais cargos continuarão vagos na Polícia Civil. O déficit não vai zerar”, adverte Jacqueline.

Ainda, disse a delegada, há aproximadamente 134 concursados aprovados em outros estados que pagam mais. “Sabemos de candidatos de São Paulo que também passaram em provas em Mato Grosso, no Paraná, no Rio de Janeiro, e em outros estados que melhor remuneram. O delegado paulista tem salário inicial bruto de R$ 15.037. No Mato Grosso, o valor oferecido é R$ 25.407 - uma diferença absurda. No Paraná, o vencimento é R$ 21.087, e no Rio de Janeiro, R$ 20.590. Dificilmente esses candidatos assumirão seus cargos em São Paulo”, pontua.

 Uma das principais críticas do sindicato é que o valor líquido dos proventos no Estado cai para R$ 11 mil, considerado “irrisório” para uma função de combate a todo o tipo de crime e a facções altamente organizadas. Jacqueline conclui que não basta ao Estado contratar, mas, sim, melhorar os salários e as condições de trabalho.

“Apesar de o governo demonstrar interesse no preenchimento dos cargos, não se pode esquecer de que é necessário, com urgência, investir no policial civil, remunerando-o de forma adequada, justa e condizente com as responsabilidades e os riscos da profissão”, diz a presidente do Sindpesp.

De acordo com Jacqueline, enquanto os delegados de São Paulo receberem um dos piores salários do país, haverá perda de bons profissionais para outras unidades da federação que melhor remuneram.

NOVO CONCURSO

Os interessados no novo concurso da Polícia Civil podem fazer inscrição no site da Vunesp (www.vunesp.com.br). Além das 552 vagas para delegado, com salário inicial de R$ 15.037, tem 1.250 postos para investigador, e 1.333 para escrivão - ambos com vencimentos de R$ 5,8 mil. Há, ainda, 116 vagas para médico-legista, bem como 249 para peritos criminais. Os dois cargos têm proventos a partir de R$ 12,9 mil.

OUTRO LADO

Questionada, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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