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Garoto foi frio em seu depoimento, informou delegado de Monte Mor

Após ataque terrorista, menor disse que sofreu bullying na escola e tem ‘raiva de tudo e todos’

Polícia Civil denunciou nesta terça-feira ao Ministério Público adolescente de 17 anos que arremessou bombas caseiras em escola; ele foi apreendido e transferido para a Fundação Casa, em Campinas

 Cézar Oliveira | Monte Mor 

O adolescente de 17 anos que praticou ataque terrorista contra duas escolas públicas que funcionam no mesmo prédio nesta segunda-feira (13), em Monte Mor, ficou apreendido e foi denunciado nesta terça (14) ao MP (Ministério Público). Ele disse que sofreu bullying na unidade e que tem “raiva de tudo e todos”.

O menor foi transferido para a Fundação Casa, em Campinas, passou por audiência de custódia na Vara da Infância e Juventude e foi decidida a apreensão do garoto.

Delegado titular de Monte Mor, Fernando Bueno de Castro, informou que o jovem vai responder criminalmente por ato terrorista, atentado à saúde de outras pessoas e posse irregular de arma de fogo. A denúncia foi enviada ao Ministério Público.

“A priori, aparenta ser uma pessoa bem transtornada. Ele diz que sofreu bullying nesta escola e por causa disso ele parou de estudar. Desde os 14 anos ele não estuda. Ele fica o tempo inteiro no quarto, trancado, fechado. É uma pessoa que psicologicamente aparenta estar abalada”, disse o delegado.

Segundo o delegado de Monte Mor, na oitiva, o adolescente foi frio em suas declarações e disse que atentou contra a escola porque tinha “raiva de tudo e de todos”. Ainda conforme o delegado, as investigações sobre o caso seguem para apurar a relação dele com o material apreendido no quarto dele.

Na casa do menor, a polícia apreendeu um diário, livros de apoio ao nazismo e um simulacro de fuzil. O jovem usava roupas pretas e tinha as sobrancelhas raspadas. No momento da detenção, o menor portava uma braçadeira com uma suástica, principal símbolo nazista. Ele carregava em uma das mãos uma machadinha e foram deixados perto da escola um revólver calibre 38 com munições, além de garrafas com combustível.

A família do menor relatou que ele tinha o hábito de ficar trancado no quarto “jogando”. Ele também passava por tratamento psicológico. “Eu não sei o que aconteceu, foi tudo por influência da internet. Ele estava falando com alguém, eu creio que ele fez isso a mando de alguém, em conversa, mas assim, ninguém se machucou. Ele não é uma má pessoa, quem me conhece sabe disso daí”, disse a mãe do jovem, em vídeo publicado nas redes sociais, logo após o crime.

O adolescente, que vai completar 18 anos, em junho deste ano, foi apreendido por ato infracional com o agravante de atentado contra a vida e a integridade física de pessoas, foi apresentado ao Ministério Público e encaminhado à Fundação Casa.

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