Dica de Leitura: O Sono dos Justos (Maikel Rosa) Editora: SAIFERS - Páginas: 57

EVELYN RUANI
Bibliotecária da Rede Sesi-SP e leitora compulsiva. Apaixonada por livros e palavras.
                                                                                                                                                                                        Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre o autor Maikel Rosa e sua obra “O Sono dos Justos” publicada pela editora SAIFERS. Maikel Rosa é autor de cinco obras pelo selo SAIFERS de ficção científica independente, nascido em Novo Hamburgo e hoje morador de Porto Alegre. Designer e pai de pets, ama café, maracujá e às vezes alguns seres humanos.
Vem comigo conhecer um pouco mais sobre esse autor:

Como a literatura entrou em sua vida?
Acho que não tem nada mais efetivo pra estimular uma criança a ler do que o exemplo dos adultos. Meu pai tinha uma extensa biblioteca particular, então cresci em um lar onde sempre o via com um livro na mão, bem como minha mãe. Eles pareciam absortos naquela experiência de encantamento — eu também queria aquilo! Comecei lendo histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa, que minha irmã mais velha comprava pros meus sobrinhos, ou gibis da Disney que outra irmã me dava de vez em quando. Depois, virei o queridinho da bibliotecária da escola: eu estava sempre lá, pegando títulos emprestados e devorando como se quisesse dar conta de tudo o que tinha no lá. Depois de adulto, tive um grande hiato nos meus hábitos de leitura. Por anos, li quase que exclusivamente livros relacionados aos estudos e ao trabalho, embora consumisse ficções da moda sempre que possível. Como aconteceu com grande parte dos que se afastaram da leitura devido às contingências da vida, foi o início da pandemia que me ajudou a resgatar o hábito de ler com frequência. Hoje em dia, não tem um dia em que eu não esteja com um livro (digital) na mão. A trajetória da escrita não foi muito diferente. Escrevia muito quando criança, por puro prazer, mas naquela época e durante a adolescência me dediquei mais à poesia (como uma catarse íntima, porque eu só as mostrava pra minha mãe). Foi só depois de adulto que retomei a prática, publicando meu primeiro livro aos 24, mas ainda não no gênero que escrevo hoje. Tive vários ensaios de ficção fantástica, todos engavetados, porém só em 2019 resolvi voltar a publicar, desta vez com foco total na ficção científica. Agora me sinto em casa.

Você tem alguma rotina para escrever ou escreve quando surge oportunidade?
Como trabalho com design estratégico, uma área bem distinta da literatura, é difícil manter a rotina que eu gostaria, mas em média reservo umas oito horas por semana pra escrita. Procuro preencher todo o meu tempo útil com algo produtivo, então, quando estou com tudo em dia no trabalho, uso o tempo restante pra escrever, administrar meu perfil literário no Instagram e apoiar as iniciativas dos SAIFERS, o selo de ficção científica independente do qual faço parte. No geral, tento aproveitar todas as brechas possíveis, porque as ideias ficam me cobrando pra irem pro papel. Aí são elas que mandam.

Quanto tempo demora para concluir um livro?
Varia muito da temática que estou tentando abordar. Alguns argumentos científicos demandam um tempo maior de pesquisa, outras vezes é o caráter intrincado de uma trama que faz com que eu me prenda mais nela. Mas, grosso modo, levo de duas semanas a um mês pra escrever os textos mais curtos (contos e noveletas) e de dois a quatro meses pra escrever um romance, por exemplo.

As histórias “se escrevem” sozinhas ou você pensa na trama inteira?
Na verdade é um equilíbrio delicado entre essas duas coisas. Antes de começar a escrever eu “desenho” toda a história na minha cabeça, às vezes até transpondo isso pra um esquema visual que me sirva de mapa. Mas, uma vez que os dedos pousam sobre o teclado, é como se a história e os personagens criassem seus próprios intentos. Embora eu procure manter uma espinha dorsal, não é raro que o enredo se desvie pra algo totalmente diferente do que eu tinha pensado a princípio. Essa é a parte mais legal de escrever, porque eu adoro me surpreender!

De onde vem a inspiração?
De tudo o que dá pra imaginar. De conversas com os colegas de crossfit, a séries de streaming de gêneros totalmente diferentes do meu. De memes na internet às últimas novidades da ciência. De grandes clássicos da literatura ao Big Brother Brasil. Não tenho restrição com nada, porque conectar essa diversidade de fontes em uma história que faça sentido é o que mais me diverte.

Quais são seus livros e autores/autoras favoritos?
Já virou até clichê dizer isso, mas a minha lista de favoritos muda todo mês. Citando o último livro que mais gostei de cada um, no momento estou em lua de mel com Philip K. Dick (“Realidades adaptadas”) e Andy Weir (“Devoradores de estrelas”), mas sou apaixonado pela escrita da Becky Chambers (“A longa viagem a um pequeno planeta hostil”), Ursula K. Le Guin (“A curva do sonho”), Kurt Vonnegut (“Café da manhã dos campeões”), Margaret Atwood (a trilogia “MaddAddão”) e, é claro, Isaac Asimov (“O fim da eternidade”). Dos nacionais de FC, cito Aelita Lear (“Quem eu escolhi… para ficar”), Fernando Rômbola (“Alma”), Gilson Cunha (“Onde kombi alguma jamais esteve”), Leonardo Born (“Números Perfeitos”), Liliane Alves (“Limbo”), Rogério Pietro (“Predador alfa”) e Vinícius Canabarro (“Autópsia carioca”). Também curto muito outros brasileiros contemporâneos, como o Andre L Braga (“Teocracia brasilis”), Ellen Reys (“Deusas de morte”), Jefferson Mutrica (“Cacofonia”), Maysa Santiago (“Arquivo criminal da Amy”), Waleska Zibetti (“O livro de inocência”) e Samir Machado de Machado (“Tupinilândia”). Não vou nem falar dos mais hypados, porque pra esses todo mundo já dá bastante biscoito, rsrsrs.

Tem planos para livros futuros?
Com certeza! No momento estou trabalhando numa narrativa longa (ainda não sei se vai ser romance ou novela). O que posso adiantar é que teremos um ganhador da loteria, um paradoxo temporal e um vira-lata chamado Frodo.Também tenho planos de escrever uma história que se passaria entre “O sono dos justos”, minha última noveleta, e meu conto “Rebanho”, que lancei no ano passado. Fora outras histórias que a gente sempre tem na cabeça, mas que precisam sobreviver à peneira do tempo.

SERVIÇO
Blog: http://blogentreaspas.com
Instagram: @blog_entreaspas
E-mail: entreaspasb@gmail.com
SOBRE O AUTOR
Contato: 
Instagram: @maikelrosa.scifibr
Site: www.scifibr.com.br

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